(Meu primeiro conto!!! Espero que gostem :D)
Eu sempre era pega de surpresa por ele. Apesar de já estar acostumada, o frio na barriga sempre vinha. Talvez porque ele nunca era previsível, sempre tinha um ar de mistério no rosto e um novo truque nas mangas....
Era tarde da noite, estava voltando de um happy hour com as amigas. Roupa simples, um vestidinho leve e soltinho, pois estava fazendo muito calor. Salto alto, era sempre como eu andava. O decote na parte de trás do vestido era do comprimento dos meus cabelos que beiravam a altura dos seios, quase imperceptível pois meus cabelos soltos cobriam a maior parte do decote. Eu já estava meio alta pois havia bebido um pouquinho além da conta, porém nada que um cafezinho quente não resolvesse.
Não fui de carro pois sabia que beberia a mais naquele dia, então fui de carona com a bola da vez, uma amiga nossa que nunca gostou de beber. Estávamos chegando perto do meu apartamento, então pedi que ela parasse o carro na esquina da quadra para não precisarem perder muito tempo entrando lá. Disse à elas que o apartamento estava próximo e não seria necessário que esperassem que eu entrasse no condomínio pois ainda não estava tão tarde assim. Então elas seguiram o caminho delas e eu o meu.
Confesso que aquele vestidinho provocante que eu estava, bem coladinho no corpo, não ajudava em nada o meu estado naquele momento. Seja qual fosse a hora, com certeza haveria riscos. Eu estava indefesa e seria uma presa fácil pra qualquer um que passasse.
Bom, como havia me divertido muito naquela noite, conhecido várias pessoas e beijado muito, não estava esperando mais por ele. Não naquela noite. Ele era um homem comprometido e assim como eu, era uma pessoa muito atarefada. Quase não tínhamos tempo de nos encontrar. Sabia muito bem de como ele gostava que fossem nossos encontros, às surpresas. Porém naquela noite eu realmente não esperava encontrá-lo, muito menos daquela forma. Mas foi inevitável.
Andando em direção ao meu apartamento percebi que a portaria já estava fechada. O segurança com certeza deveria estar tirando o seu "cochilo" costumeiro. A escuridão não estava me dando medo mas como não podemos facilitar nos dias de hoje, eu seguia olhando para todos os lados. Porém foi tudo muito rápido, num momento mínimo de distração e eu já estava em seus braços. Ele havia me pego por trás, não tive tempo de olhar na hora e duvidava muito que fosse Bruno pois nem havíamos nos falado pela manhã. De repente me vi em desespero, estava acostumada a pertencer à Bruno de diversas formas possíveis, mas à um desconhecido? Não! Não poderia ser assim! Me senti completamente fora do controle. Senti minhas mãos sendo amarradas por trás do meu corpo e o resto da corda envolvendo minha cintura. Meu cabelo sendo puxado para trás e eu sem nenhum sucesso tentava olhar as mãos do meu mais novo algoz. Ainda tentava descobrir se não seria o Bruno e mais uma de suas surpresas, porém ele percebeu a minha tentativa de olhar para alguma parte do corpo dele e me deu um forte tapa no meu rosto fazendo com que eu quase perdesse os sentidos. Talvez nem tanto pela força do tapa mas também pelo fato de eu não estar tão em mim naquela hora e de já ter bebido além da conta. Fraquejei. Desejava muito que fosse Bruno e não outra pessoa. Estava realmente com um medo imenso imaginando o que seria de mim dali pra frente. Se estivesse mesmo nas mãos de um estranho eu, além de tudo que poderia passar, estaria correndo risco de vida.
Suas mãos percorriam meu corpo e me apertavam de um jeito que me deixava estranhamente alucinada. Aquela forma de me tocar era igual a de Bruno. Mas porque ele não havia entrado em contato comigo antes? Não poderia ser ele!