- Cauã?! Onde está Leila?
- Está no bar, conversando com um amigo. Eu quis deixá-los à vontade!
- Conversando com que amigo?
- Um amigo meu que encontramos no bar. Como eles se deram bem resolvi deixá-los a sós para conversarem melhor!
- Ah tá! Me diz que aí não tem seu dedo!?
- Tá bom, confesso! Não consigo mentir pra você mesmo, não é?! Você sabe que meu interesse já tem nome e que esse nome é o seu, Lê! Eu aceitei sair com a Leila, mas você sabia que não passaríamos dali. Como eu não queria decepcioná-la, resolvi convidar um amigo para entreter Leila, e não é que deu certo!!! – ele falou dando um sorriso de lado.
- Você não tem jeito mesmo! – ela sorriu meio sem graça. Na verdade ainda estava chateada com o que havia acontecido a pouco tempo atrás. A cena de Arthur praticamente a expulsando daquele local não saía da cabeça dela, ela precisava de algo para se distrair, pois não estava nem raciocinando direito.
- Você não me parece bem!
- E não estou! Mas me diz, porque estava aqui me esperando? Se eu tivesse voltado acompanhada? – ela perguntou meio irritada com a atitude de Cauã. – Você não pode vir sem ligar pra mim antes! Digo, você poderia não ter me encontrado aqui! – ela falou, tentando disfarçar a inquietude. Por mais que aquilo a deixasse muito irritada, jogar a raiva que estava sentindo de Arthur em Cauã não seria gentil da parte dela. – Desculpa, eu não quis ser rude, mas... você não está cansado? Não precisava ter me esperado! – ela finalizou.
- Na verdade, eu vim porque sabia que não estaria bem!
- Como assim sabia? – ela sorriu meio que forçada. – Sou tão previsível assim?
- Não, querida! Pelo contrário! O que aconteceu na verdade foi que, entre uma conversa ou outra, Leila deixou escapar a roubada em que ela havia metido você quando te contou sobre o tal pub que Arthur freqüentava. E confesso que fiquei surpreso ao saber que você não relutou em ir ao tal pub, pois, pelo que ela descreveu, o local é totalmente bizarro!
- Então ela descreveu o tal pub? Engraçado, porque pra mim ela não falou nada!
- Ah não?! Estranho! Por se tratar de um lugar tão incomum achei que ela a tivesse a alertado antes de deixar que você se enfiasse no meio de tanta gente de gosto peculiar! – ele falou, mais refletindo sobre a atitude da amiga de Letícia com ela do que questionando Letícia sobre isso.
- Foi exatamente o que pensei quando cheguei lá! – ela falou.
- Enfim, não foi por causa do lugar que eu vim vê-la! Foi porque ela também acabou deixando escapar algumas características do homem que você tanto cobiça. Quando conheci mais sobre o tal Arthur, achei que poderia precisar da minha companhia quando chegasse. Estava errado? Se quiser eu vou embora, sem problemas!
- Não, espera! – Letícia falou, suspirando. Cauã estava certo, pela segunda vez. Ela não podia continuar com aquilo e, se Arthur não era para ser seu, por qual motivo ela dispensaria a companhia de Cauã que era tão gentil com ela?! – Fica vai... – Letícia pediu para Cauã que abriu um sorriso que ia de canto a canto do seu rosto.