terça-feira, 14 de agosto de 2012

Uma Música Brutal 2 - Dançando com Lobos (parte 8)


- Eu já imaginava! – Jonatas deduziu que a segunda resposta fosse a correta. E realmente ele estava certo. Enzo não gostou nem um pouco de ver tal homem passar tanto tempo no apartamento dela. Ele podia até não aparentar ser suspeito, mas mesmo assim Enzo estaria no encalço dele. – Devo alertá-lo, como seu amigo: não deve esconder seus sentimentos daquela que os fazem renascer! Se sente algo por Suzy, deve contar-lhe! Ninguém é capaz de adivinhar o que não foi dito! – Jonatas falou. Sábias palavras, aliás. Enzo bem sabia que ele estava correto, mas em breve ela saberia...

- Em breve... – ele murmurou enquanto via Suzy aparecer na janela. – Agora apenas faça o que te pedi e não seja um chute no meu saco, Jonatas! – ele rosnou. Jonatas soltou uma sonora gargalhada do outro lado da linha e então desligou o telefone. “Como ela é linda!”, Enzo vislumbrou e se viu perdido em seus pensamentos, mais uma vez. Certamente ela já havia ouvido isso de muitos homens e, se ele apenas dissesse isso para ela, soaria tão clichê como qualquer outro homem. Mas ele não queria ser como um desses clientes a quem ela “parcialmente” se entregava. Ele não era mais um! Além do mais, ele queria muito dela. Algo que ela só poderia dar a ela se o compreendesse bem; e, muito mais, se ela mesma a compreendesse melhor. Se ela soubesse que poderia voltar a sentir algo pelo sexo ela deixaria de pensar nele como um trabalho. Só depois disso ele poderia possuí-la de verdade. Mas para isso, antes ele teria que ser firme e rígido com ela. A questão era: será que ela toleraria isso? Será que ela o aceitaria tão dominante quanto ele era?

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- Trouxe café! – Suzy falou batendo levemente na janela entreaberta do carro. Enzo demorou para olhar Suzy, pois estava distraído com alguns papéis. – É assim que você me vigia? Nem viu quando eu me aproximei...

- Ledo engano! – Enzo baixou o vidro do carro por completo. - Eu vi que era você! Pelo retrovisor! – ele bateu no retrovisor e ela movimentou a cabeça.

- Claro, sempre atento! – ela teve que admitir. – Pegue! – ele pegou a xícara de café. – Bem, eu vim avisá-lo de que não precisará estar me vigiando nas próximas semanas!

- Porque não? – ele tomou um gole do café enquanto esperava a explicação de Suzy.

- Porque estarei viajando com um amigo! – ela soltou e parecia que não ia falar mais sobre isso. Então Enzo forçou respostas.

- Para onde vai e com quem vai? – ele foi firme em sua entonação.

- Desculpa?! – ele falou como se aquilo não fosse da conta dele.

- É o seguinte, Suzy... – ele falou enquanto repousava a xícara sobre um suporte dentro do carro e abria a porta para ficar frente a frente com ela. – Se ainda não percebeu, estamos em uma missão séria e tensa! Você corre perigo porque é uma testemunha em potencial de um assassinato ainda em investigação! Não estou aqui plantado dia e noite na frente de seu apartamento para brincar com você de “testemunha protegida”, isso é coisa séria! – tá certo, ele estava extrapolando um pouco. De fato ela era testemunha de um crime que envolvia o tráfico de mulheres, mas aquele não era o único motivo pelo qual ela estava implantado em sua casa desde o acontecimento. Ele se sentia na obrigação de protegê-la. Mais ainda, ele se sentia no direito de tê-la sempre ao alcance de sua visão. Era como se ele a possuísse mesmo sem terem passado por qualquer conversa. Por instinto, ele a queria e ele a teria.

- É o seguinte, Sr. Mandão, eu não tenho nada a ver com suas investigações! Além do mais eu não fui proibida pela justiça de circular por aí, até onde eu sei! Logo, você não tem o mínimo direito de saber para onde e com quem vou! Sou livre por natureza, acostume-se! – ela o enfrentou. Estava desafiando-o, na verdade. Ela sabia por auto de seus gostos, de sua natureza dominante. Ela imaginou que tirando-o do controle ele viria reivindicá-lo de alguma forma. Talvez tomando-a em seus braços e levando-a para seu apartamento, talvez exercendo o comando sobre ela. Mas... será que era exatamente isso que ela queria? Suzy se questionou enquanto via a mandíbula de Enzo cerrar, assim como seus punhos. Mas ele se manteve no controle de seu corpo e não teve qualquer reação contra ela. Será que ela teria que jogá-lo mais a fundo? – E então, Sr. Dono da Razão? Como vai ser?

- Tudo bem! Está certa de alguma forma! Mas saiba que terá que arcar com as conseqüências! Você se envolveu com gente perigosa. Se fosse eu daria uma atenção pelo menos mínima a esse fato! – ele pareceu calmo, controlado e intensamente ríspido.

- Sei cuidar de mim! – ela entrou no carro e pegou a xícara. Deu uma breve olhada nas papeladas, depois saiu de dentro e encarou Enzo. Ele percebeu que ela estava sendo desaforada de propósito, mas não jogaria aquele jogo com ela. se ele estivesse em algum jogo com Suzy, seria ele quem ditaria as regras. – Só tem uma coisa que eu gostaria de pedir antes de partir...

- Diga!

- Pode colocar alguém para vigiar a casa em que meu filho mora? Aqui está o endereço! – ela falou esticando um papel para Enzo, ele recusou. Ela o observou sem entender.

- Já temos alguém lá! Colocamos assim que soubemos do envolvimento de Dr. João com o tráfico de mulheres. Não podemos arriscar nenhuma vida e isto inclui a de sua ex-sogra e de seu filho!


- Ah sim, você tem minha ficha completa! – ela falou parecendo não estar surpresa de que ele já tivesse descoberto que D. Maria era sua ex-sogra e que seu filho morava com ela naquela casa. Talvez ele soubesse até mais que isso, talvez ele soubesse sobre a morte de Edu. Mas essa era outra história que ela não estava disposta a discutir agora. – Bem, até mais ver!

Quando Suzy partiu Enzo novamente ligou para Jonatas e informou uma mudança de planos. Se ela fosse viajar, ele também viajaria, mesmo que ela não percebesse que ele a estava acompanhado.

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Enzo não ficou surpreso ao ver que o “amigo” em questão era Luigi Constantino. O mesmo que a havia visitado há alguns dias atrás. O que Suzy não sabia era que Luigi Constantino também era um dos homens que estavam sendo investigados e que ele talvez fosse o mais ligado e envolvido até o pescoço em toda aquela história de tráfico. Ele seguiu Suzy até Angra dos Reis, onde ela e Luigi seguiram para uma propriedade particular mais destacada das outras. Enzo a deixou por um momento apenas para ver os detalhes de sua instalação em Angra.

Suzy adentrou a casa admirando cada detalhe. Angra era realmente um sonho do início ao fim. Ela facilmente poderia encarar aquela viagem como algumas férias merecidas, se não fosse a presença constante de Luigi a cercando. Os empregados de Luigi trouxeram suas malas para dentro enquanto ele a conduzia para onde seria seu futuro aposento nos próximos dias. Enquanto caminhavam pela mansão ela percebeu algumas portas fechadas e outras pessoas circulando também pela mansão, logo viu que não estavam sozinhos ali.

- São seus familiares? – ela perguntou.

- Oh, sim! Você sabe, família italiana. Grande e unida! – ele disfarçou. Não estava disposto a revelar para ela o que acontecia dentro daquela mansão. – Ficará neste quarto! – ele falou apontando para dentro, para que ela entrasse. – Eu estarei no quarto ao lado do seu. Qualquer coisa é só me chamar. Descanse um pouco, mais tarde teremos uma festa!

- Uma festa?

- Sim. A roupa que deverá usar estará em sua cama. Para isso preciso que mantenha a porta aberta! – ele soou natural, mas ela sorriu ignorando sua altivez.

- Há mais algo que deva acrescentar? – ela o repudiou. Está certo, ela seria seu brinquedo pelos próximos dias, mas isso não significava que não poderia ter vontade própria. Então começaria pelo vestido e, se ela não colocasse limites, logo estaria dizendo o que ela poderia comer ou o que poderia dizer. Definitivamente isto não era com ela. – Desculpe, Sr. Luigi, mas trouxe muitas próprias roupas em minha mala. Tenho certeza de que uma delas me servirá para esta noite! – ela piscou. Ele engoliu seco. Não poderia forçá-la a tanto, não por hora. Mas em breve ela perceberia o que estava acontecendo e passaria a obedecer a seus comandos, disso ele tinha certeza.

- Como queira, Suzy! A festa começará às 21horas, não se atrase, quero te apresentar a algumas pessoas! – ele saiu e ela fechou a porta.

- Céus, pensei que ele não fosse mais embora! – ela sussurrou olhando ao redor. – Bem, ainda são 17 horas, tenho muito tempo até às 21h. Preciso de um banho!

Suzy mergulhou na banheira enquanto sentia as borbulhas massagearem seu corpo. Se ela pudesse escolher, certamente estaria com outra pessoa ali em Angra. E por falar em outra pessoa: onde estaria Enzo agora? Seu corpo estremeceu só com o pensamento. Então ela o imaginou ali, dentro da banheira com ela, e se imaginou deslizando suas mãos pelo corpo forte de Enzo e sua boceta pulsou na mesma hora. O que ela estava pensando, afinal? Enzo não teria feito nada tão diferente do que Luigi fez. “Sr. Mandão” naturalmente teria dito até quantas horas ela poderia passar dentro da banheira, se Letícia estava certa sobre suas preferências de relacionamento. “Ele é um dominador e um dominador gosta de estar sempre no comando”, ela pensou numa reflexão triste.

- E daí? – Suzy sussurrou. – No que você está pensando, garota? – ela considerou. Não era como se ela e Enzo estivessem caminhando para um relacionamento, eles nem sequer conversavam direito. Além do mais, ela mal o encarava sem que uma irritação profunda a possuísse. O estranho era que toda vez que essa irritação vinha, sempre vinha acompanhada de uma sensação diferente, excitante. Talvez ela até gostasse dessa sensação. “Talvez sentir seu toque também fosse bom”, ela respirou enquanto começava a se tocar dentro da banheira. Suas mãos percorreram seus seios e os apertaram. Ela arfou se jogando para trás e então deslizou sua mão pela linha do abdômen até chegar na sua grutinha. Delicadamente ela se tocou e imaginou as mãos de Enzo nela. Suzy gemeu quando enfiou um dedo em sua grutinha, depois outro, depois tirou e colocou delicadamente. Nossa! Pensar em Enzo era definitivamente afrodisíaco para ela. Então ela se tocou com mais sofreguidão, sentindo seus músculos se contraírem em suas investidas. – Oh, Enzo! VOCÊ me deixa louca! – ela sorriu se deliciando enquanto ainda se tocava. Ela, que já ouviu essa frase de tantos homens, nunca esperou usá-la para se referir a algum deles. Mas agora estava ali, completamente rendida em seus pensamentos eróticos sobre Enzo. E prestes a... – Ohhhhhh!!! - ...gozar. – Ahhhhhhh!!! – Suzy gemeu enquanto se libertava das últimas vibrações de sua libertação. – Nada mal, Enzo! Obrigada! – ela sorriu de forma atrevida. Ela se enrolou na toalha e se deitou em sua cama, sem ao menos se secar. Adormeceu.




Uma Música Brutal 2 - Dançando com Lobos (parte 7)


Enzo olhava para o apartamento de Suzy e lutava contra seus próprios instintos tentando não invadi-lo e arrancar aquele homem de lá de dentro. A portaria permanecer aberta facilitava muito a vida de Suzy que não precisava ficar anunciando para o porteiro toda vez que recebesse uma “visita profissional”. Talvez ela tivesse escolhido aquele prédio por esse detalhe, mas aquilo não representava de forma alguma “segurança” para ela. Mas pelo visto Suzy raramente se preocupava com isso: “segurança”. Ele podia perceber pelo jeito louco que levava a vida, quase nunca se preocupando com nada exceto com o fato de manter sua pequena família, seu filho e sua sogra, distantes de qualquer vínculo com sua vida profissional. “Sua louca!”, Enzo pensou enquanto sentiu seu pau pulsar dolorosamente contra a prisão de sua braguilha. É, ela causava efeitos nele também. O que ela estaria fazendo lá dentro? Porque aquele homem estava demorando tanto? Ele tinha que protegê-la, era sua função subir lá e saber o que estava acontecendo. Ter certeza de que ela não corria risco. Mas e se ele encontrasse algo que não gostasse?

Enzo se perdia em seus pensamentos quando viu Suzy aparecer da janela. Então ela deu uma olhada para baixo, ele acenou, ela fingiu que não viu e então fechou as cortinas.

- Porra! – Enzo grunhiu. Era de fato um cliente. Enzo teve que lutar contra todos os seus impulsos para não subir até o apartamento dela e tirar aquele cara de lá de dentro, nem que para isso tivesse que utilizar a força. Mas ele decidiu que não faria. Ela não pediu por socorro e ele sabia que ela não era nada dele para que ele agisse com todo aquele instinto protetor em torno dela.

Enzo sentiu seu pau chamejar apenas com o pensamento de tê-la só para ele. Ele considerou que não seria má idéia. Chegou até a fantasiar com Suzy amarrada em sua cama, implorando para que ele a tomasse. Implorando para ser sua. Dele! Só dele e de mais ninguém! Seu punho cerrou quando voltou à realidade. Agora ela estava em seu apartamento “trepando” com outro. Só a idéia de outro homem a tocando lhe causou entojo.

- Controle-se, homem! O que há com você? – ele falou consigo mesmo.

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Suzy estava agachada no chão do seu quarto enquanto trabalhava sofregamente com sua boca no pau de Luigi. Ele não era um homem exatamente belo, mas os traços de sua descendência italiana certamente o deixavam com um ar mais másculo. Ele a segurava pelos cabelos enquanto puxava sua cabeça contra seu membro. Ela tinha que se empenhar para acompanhar seus movimentos acelerados.

- Ah, che piacere! – Ele exclamou enquanto gemia.

Luigi costumava soltar algumas palavras em italiano quando estava excitado. Ela não compreendia tudo o que ele dizia, mas sabia que estava gostando. “o importante é a satisfação do cliente”, ela quase bufou com o pensamento, mas sua boca estava o suficientemente ocupada. Então ela voltou a trabalhar com sua língua em torno do membro quente de Luigi. “será que Enzo sabe o que estou fazendo aqui em cima?”, ela vibrou com o pensamento e a luxúria tornou seu corpo quente. “Como será o toque dele?”, Suzy pensou enquanto sentia sua boceta subitamente umedecer. Pensar nele a deixava muito excitada e desejosa. Ela tentou imaginar como seria ter Enzo ali, na mesma posição em que Luigi estava. Pensou em como seria ter o membro dele dentro de sua boca. “E como seria o membro dele? Qual seria seu gosto?”, ela novamente se acendeu.

Luigi alcançou a boceta de Suzy e ela se arqueou para sentir melhor seu toque. Não era por ele, para ela não era ele quem estava ali. Então Suzy fechou os olhos e imaginou as mãos de Enzo a tocando, seus músculos voluptuosos em cima dela. Luigi a levantou e a deitou na cama, de quatro para ele porque era como ele gostava de tê-la. Como seria Enzo colocando-a de quatro enquanto se preparava para enterrar-se nela profundamente? Será que ela gozaria? Suzy dificilmente gozava com algum cliente, e isso geralmente só era possível depois que ela assistia a algum filme que a deixasse excitada. Mas agora, pensando em Enzo, ela estava completamente lubrificada e cercada pela necessidade de ser penetrada.

Luigi se posicionou atrás de Suzy, enquanto uma de suas mãos alcançavam seu quadril. Ela rebolou para ele, deixando-o mais excitado ainda. Suzy tentou agarrar seu membro, mas ele foi mais rápido e a penetrou rapidamente. Ela arqueou com a investida, sentiu sua boceta tremer e seu desejo acender. Mas não era por Luigi, certamente. Todo aquele tesão, todo aquele desejo tinha um nome: Enzo. Luigi a puxou pelos cabelos, debruçando-se em suas costas, fazendo com que ela deitasse na cama. Então ele começou a bombar estando em cima dela, deixando-a imóvel. Enzo gostaria disso: deixá-la imóvel. Ele tinha uma fama, pela “casa” que ele comandava. Segundo os relatos de Letícia, o local era insondável, mas formidavelmente aconchegante e incitante, o que a fez pensar: ele era um homem cercado de luxúria, o que a fazia achar que ele poderia olhar para ela e vê-la mulher e não a ‘garota de programa’ que sairia com o primeiro sujeito que arrematasse a oferta por sua boceta? O pensamento a destruiu por dentro e Suzy se sentiu suja.

- Vai, sua puta! Rebola no meu pau! – Luigi grunhiu uma ordem seca à ela. Suzy deveria não ter gostado, mas aquilo serviu para trazê-la de volta para seu mundo real. Puta! Era exatamente isso que ela era, e nada mudaria seu passado e seu presente. Definitivamente, Enzo não aceitaria uma pessoa assim em sua vida.

- Aí!!!! – ela gritou quando Luigi empurrou seu pau para mais fundo dentro da grutinha dela, tendo antes se chocado contra a parede da cavidade de sua boceta, fazendo com que doesse. – Cuidado!

- Pensei que estava acostumada com a ociosidade do ofício! – ele respondeu sendo rude.

- Claro que estou! – ela forçou uma voz sensual. – Agora mete que tá gostoso! – ela fingiu um gemido, mas a verdade era que o prazer havia desaparecido depois de todos aqueles pensamentos acerca do que Enzo pensava sobre ela ser uma garota de programa. – Goza pra mim, goza? – ela pediu com voz doce. Luigi tinha brilho nos olhos quando a encarou.

- Assim que eu gosto! Sua puta, safada! – ele rosnou socando seu pau velozmente dentro da boceta de Suzy. Desta vez ela gemeu de verdade, sentindo-se completamente invadida por ele. – Estou quase lá, vadia! Quero que goze comigo!

- Eu estou me segurando só esperando por você! – ela murmurou uma mentira deslavada. Mas havia soado convincente para Luigi.

- Então goza, vadia! Goza! – ele ordenou enquanto deixava seu líquido quente jorrar para dentro do corpo de Suzy. Ela se curvou para traz e soltou um gritinho sufocado seguido por gemidos ofegantes. E ela novamente fingia mais um orgasmo.

Luigi liberou Suzy, que se virou para o lado tentando esconder sua frustração. Ele a acariciou durante um longo período de tempo. Tocava em cada parte de seu corpo como se analisasse sua “posse” atual. Então, na posição em que ela estava, ele se virou também e se encaixou na conchinha que o corpo dela formava. Luigi beijou suas costas enquanto a acariciava.

- Você é uma delícia! – ele sussurrou. Ela não respondeu, então ele segurou seu queixo até que o rosto dela encontrasse o seu. Seguiu seus olhos incógnitos. – Algo errado?

- Não. Nada! – ela forçou um sorriso. Então ela tentou se manter mais presente ali. Os pensamentos em Enzo não podiam distanciá-la de seu trabalho. Era impróprio! Pensar nele era impróprio! Mais impróprio ainda era achar que ele um dia perderia seu precioso tempo com uma mulher que vendia seu próprio corpo. Ele estava em uma missão contra os traficantes de corpos, ele certamente não achava nada interessante uma pessoa fazer isso por conta e risco próprio. Se ele imaginasse o quanto ela detestava o que fazia às vezes...

- Bem, eu tenho que ir agora! – Luigi falou se levantando. Culpa correu dentro dela, será que ela não estava dando a ele atenção o suficiente?

- Fique... – ela protestou.

- Eu até que gostaria, ragazza! Mas tenho alguns compromissos inadiáveis e tenho que resolvê-los antes de nossa viagem!

- Certo... – ela sorriu enquanto caminhava pelo quarto catando suas peças de roupas e vestindo-as. O “nossa viagem” quase embrulhou seu estômago, mas agora estava feito, ela teria que ir com ele para Angra dos Reis ou estaria voltando atrás em sua palavra. Ser indecisa num trabalho como aquele certamente não era uma boa coisa a se fazer. – Te vejo na sexta-feira? – ela perguntou já na porta.

- Sim, ragazza! Esteja com suas malas prontas. Eu a buscarei ou mandarei alguém para levá-la ao meu encontro! – ele beijou sua testa e se despediu. Suzy fechou a porta e caiu no sofá, tensa.

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Enzo olhou o homem saindo do apartamento de Suzy, ele ainda endireitava a gravata enquanto seguia para seu carro. Enzo rapidamente pegou seu celular e ligou para Jonatas.

- Enzo? – a voz soou do outro lado da linha.

- Quero que pesquise uma placa e, se possível, coloque alguém no encalço desta pessoa! – ele falou enquanto descreveu o homem que saiu do apartamento de Suzy e passou a placa do carro que ele pilotava para Jonatas.

- Mais alguma coisa suspeita? – Jonatas perguntou.

- Não, apenas essa por enquanto! – Enzo cuspiu. – Quero que me faça um favor, Jonatas!

- O que há?

- Não gostei desse cara! Quero que me mantenha informado sobre qualquer atuação dele!

 - Me diz, Enzo, isso é por causa do trabalho ou por causa de Suzy? – Jonatas sorriu ao perguntar.

- Não enche! – Enzo rosnou.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Uma Música Brutal 2 - Dançando com Lobos (parte 6)


- Não! É aqui que eu trabalho, como vocês já devem ter percebido! – ela foi dura com ele, então percebeu Jéssica sorrindo amigavelmente. – Desculpa, Jéssica! Ele consegue me tirar do sério! – Suzy falou meio sem jeito.

- Sei que não vai acreditar agora, mas ele só está querendo te proteger! – Jéssica sorriu.

- Não queríamos invadir seu espaço, Suzy, mas estamos aqui por causa de Dr. João. Você o conhece? – Jonatas foi direto ao assunto.

- Eu gosto disso, Jonatas! Objetividade! E já que está sendo comigo, vou procurar ser o mais objetiva possível com vocês! Dr. João, como não deve ser segredo aqui, era meu cliente! Apenas isso! Não o conheço e não tenho informação nenhuma sobre ele! Fim de assunto! – ela piscou, sempre na defensiva. Jonatas e Jéssica compreenderam. Ela não poderia estar agindo diferente uma vez que eles estavam lá como policiais e não como amigos.

- Isso explica o por que de você ter sido a última pessoa a falar com ele... antes de o assassinarem! – Enzo falou verificando pela janela, deixando a cortina voltar a cobri-la depois de uma breve analisada para o lado de fora. Suzy quase sentiu o queixo encostar no chão quando ouviu a última palavra: “assassinarem”.

- Quer dizer q...q...que... Dr. João... está... m...m... – ela, perplexa, não conseguia completar a última palavra.

- Sim, ele está! E, considerando que foi a última pessoa a vê-lo vivo, concluímos que deva ter informações importantíssimas que podem nos auxiliar neste caso! – Enzo continuava sendo rude, mas parecia mais querer testar seus limites. Até quando a mocinha meiga conseguia ser delicada e não mandá-lo ir a merda, por exemplo.

- Eu não o matei! – Suzy bufou enquanto se encaminhava para o sofá a fim de se jogar em cima dele e aliviar o peso que a perplexidade estava provocando sobre ela. Assustava ter sido a última pessoa a ver alguém antes da morte deste alguém. Jéssica balançou a cabeça em reprovação à Enzo e foi acalmá-la.

- Nós sabemos que não foi você, querida! Temos provas de que estava em casa quando o crime ocorreu. Acalme-se! – Jéssica falou.

- Então porque estão aqui? – Suzy  perguntou.

- Porque você foi a última a vê-lo vivo, como Enzo disse. Talvez possa nos ajudar com algumas informações, qualquer informação. Qualquer detalhe pode ser uma pista! – Jonatas falou.

- Mas eu não sei... – Suzy refletiu tentando realmente se lembrar de algo. Foi então que lembrou que Dr. João parecia tenso quando foi vê-la. – Ele não parecia muito bem. Além do mais, ele nunca vem me ver nos finais de semana...

- Algo mais, querida? – Jéssica perguntou.

- Bem, ele estava com muita pressa... mas pensei que fosse por causa de sua família... – Suzy disse por fim.

- Acho que ele não estava com pressa para ir encontrar com alguém de sua família, afinal! – Enzo bufou. Ela o encarou impaciente.

- Foi só uma suposição! Eu não tenho que saber da vida dos meus clientes! – Suzy grunhiu. Enzo se aproximou dela, ficando frente a frente. A encarou por um longo tempo. Seu olhar firme, porém muito quente, a deixou com um misto de desejo e repulsa. Ele a encarava tão sério que, se ela não o conhecesse de outros carnavais, teria ficado com muito medo dele naquele momento. Então Enzo seguiu toda a extensão de seu corpo até encará-la novamente. Deu um breve sorriso e se virou. Ela não queria admitir, mas ele a despertava como mulher. Ele simplesmente conseguia tirar todo o profissionalismo que ela tinha quando se tratava de homens, era como se a despisse de suas armas e a tivesse tão pura, tão entregue. Ele a intimidava. Ela sacudiu a cabeça e tentou voltar a si.

- Temos algum trabalho pela frente, Suzy. Aqui está nosso cartão. Qualquer coisa não se preocupe em nos contatar! – Jonatas falou entregando um cartão à Suzy.

- Já vamos, querida! Mas não esqueça: estamos aqui para ajudá-la no que for preciso! – Jéssica beijou a testa de Suzy e se levantou também.

- Obrigada! – Suzy forçou outro sorriso, mas agora o motivo da seriedade era diferente. Ela estava completamente assombrada com o que havia acontecido. Só precisava de um tempo sozinha, só isso. Tinha que se recuperar do baque e voltar à ativa. Ela acompanhou eles até a porta, mas antes de fechar disse: - Jéssica, eu só queria saber de uma coisa...

- O que eu puder responder, querida! – Jéssica sorriu.
 
- Como sabem que eu estava aqui quando o crime aconteceu? – Suzy soou curiosa.

- Digamos que você tem um guarda-costas que... sabe dos seus passos! – Jéssica piscou.

- Guarda-costas? – Suzy perguntou quando sua curiosidade aumentou. Então Jéssica se virou para Enzo, Jonatas também se virou para Enzo e Suzy, por fim, o encarou também. – Você!? – ela falou tentando parecer fria. – Sabe que posso dar queixa na polícia por perseguição, não sabe?! – ela falou em tom afiado. Enzo sorriu indiferente e bateu na identificação em sua farda.

- Polícia! – Enzo disse. Suzy esbravejou, mas não quis prolongar a conversa. Até porque ela não queria que ele desistisse da idéia de vigiá-la de perto. Era reconfortante saber que não estava sozinha naquele momento, mesmo que sua companhia fosse um homem fardado que a protegia sem mesmo ela saber ou pedir por essa proteção. E ela tinha que admitir, ele era um homem diferente!

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- Sua vida me intriga! – Letícia falou enquanto percorria o armário de Suzy e mexia em todos os seus “brinquedos eróticos”.

- Não a incentive! – Samantha bufou.

- Não estou incentivando ela! – Letícia retrucou. – Mas deve ser diferente sair com um homem diferente a cada dia! Ou realizar suas fantasias...

- Achei que Dérick a deixava ocupada o suficiente para não pensar em outras coisas. – Suzy sorriu quando falou.

- Ah, garotas! O que é isso?! Uma garota não pode mais ser curiosa??? – ela deu língua para as duas. – Além do mais, Dérick não me proíbe de ter fantasias, pelo contrário! Ele é a forma viva de todas as que eu já pude ter com um homem! – ela suspirou.

- Uau! Alguém parece cruelmente apaixonada aqui! – Samantha caiu na gargalhada.

- E sou! – Letícia admitiu.

- Muda de assunto, Lê! Não quero saber da vida profissional de Suzy! – Samantha bufou. – E feche esse armário cheio de coisas insanas!

- Ok, santa puritana! – Letícia sorriu enquanto tirava Samantha do sério. - Sobre o que quer falar então? – ela a questionou. Então as duas pareceram captar seus pensamentos por telepatia, e logo se voltaram para Suzy.

- Que tal falarmos sobre essa história da Suzy ter o gostosão do “Mestre” Enzo como guarda-costas em tempo integral??? – Samantha falou em tom malicioso.

- Oh, sim! Isso soa muito interessante! – Letícia deu corda ao assunto.

- Ah, por favor! Não venham as duas! Pra começo de informação eu e ele não podemos bater de frente por muito tempo! Vejo uma briga muito feia por acontecer muito em breve! – Suzy bufou.

- Eu vejo um romance tórrido e quente por acontecer muito em breve! – Letícia soltou, então ela e Samantha caíram na gargalhada.

- Se ele espera me ver o chamando de “Mestre” em algum momento da vida dele, pode ter certeza de que ele estará perdendo seu tempo! – Suzy retrucou.

- Sei! – Samantha falou. – E ele não sobe aqui?

- Meninas, este aqui é meu local de trabalho se vocês ainda não perceberam! – ela falou tentando conter o sorriso. – É uma surpresa ver vocês por aqui. E só estão aqui porque não tive serviço nenhum marcado pra hoje! – ela tentou ser séria. Mas Letícia e Samantha a encararam com um sorriso de um canto ao outro.

- Oh, isso foi uma forma sutil de dizer: “caiam fora!”. – Letícia falou séria, depois caiu na gargalhada. Samantha a acompanhou e logo Suzy também não conseguiu se conter e se fez coro com as duas risonhas. – Bem, apesar da sua reivindicação não ter surtido efeito algum, eu tenho que ir agora... tenho alguns compromissos com Dérick e o pessoal do grupo de dança... – ela falou enxugando as lágrimas que saíram depois de ter sorriso tanto.

- Eu também tenho que ir, prima! Coisas pra resolver, você sabe... correria! – Samantha falou beijando Suzy no rosto. Letícia também a beijou e ela as conduziu para a porta.

- Vocês com meu endereço... isso não vai prestar! – Suzy deduziu, mas foi meiga ao falar. – Jéssica vai ter que me explicar isso! – ela sorriu por fim.

- Ela disse que você estava nervosa e precisava de companhia! Não seja tão dura consigo mesma! – Letícia piscou para ela.

- Eu tenho clientes e vocês duas não vão querer ficar pra ver! – Suzy debochou. Letícia e Samantha sorriram. Na verdade foi muito bom ter tido aquele momento com as duas. Era algo novo para ela, uma visita informal dentro daquele apartamento tão frio, tão profissional. Aliás, aquele dia, desde a manhã, estava sendo muito novo para ela. Muitas novidades, algumas ruins, outras boas. Mas nada a fez esquecer do que havia acontecido. A morte de Dr. João ainda a assustava. Principalmente pelo fato de ela não poder pensar em algum motivo para quererem aquele homem morto. Aquilo a fez pensar em muitas coisas, além de ficar imaginando se o assassino em questão sabia dela ou não. – Preciso de um banho demorado! – ela deduziu por fim tentando parar de pensar nas inúmeras possibilidades.


Quando terminou seu banho, Suzy sentou no sofá e foi conferir as chamadas perdidas em seu celular. Enquanto Letícia e Samantha estiveram lá, ela preferiu não atender a nenhuma ligação, não queria negociar com clientes com elas por perto, soaria no mínimo estranho. Suzy então conferiu chamada por chamada. Anotou as ligações que teria que retornar Ela viu a caixa de mensagens também cheia, estava verificando quando viu quatro com o mesmo assunto: “Estou esperando sua resposta. Ass.: Luigi Constantino.”. foi então que ela lembrou que realmente ficou devendo uma resposta para ele. Ela balançou a cabeça em negativa.

- Mais uma!

Antes de ligar para ele, Suzy parou para fazer algumas considerações. Ela sabia que o trabalho era arriscado para ela. Depois da morte de Dr. João, tão perto dela, ela começou a refletir sobre esses riscos. Talvez ter alguém fixo não seria tão mal assim. Talvez fosse uma forma de evitar os possíveis problemas saindo com pessoas estranhas. Mas Luigi também era uma pessoa estranha para ela. Ela não o conhecia a fundo e não podia afirmar nada sobre ele, por outro lado ele havia sido sincero o suficiente com o que queria dela e isso era um ponto a favor dele. Suzy resolveu que ligaria para ele. Talvez aceitar a proposta não fosse má idéia, não enquanto ela fosse uma das testemunhas de um assassinato. Ela discou.

- Suzy?! – a voz masculina parecia satisfeita do outro lado. – Vejo que recebeu minhas mensagens! – Luigi falou.

- Sim, recebi. – ela não pareceu tão feliz.

- E então, presumo que tenha uma resposta?!

- Sim, tenho!

- Então?

- Eu aceito!

- Ótimo! Temos algumas coisas a conversar para acertar os detalhes. Daqui a duas estarei em seu apartamento! Esteja pronta, não ficaremos aí! – ele falou desligando o telefone.

- Lá vamos nós! – ela refletiu. De repente a campainha tocou. – Mas já? Ele não falou daqui a duas horas??? – ela soou confusa, mas abriu a porta. – O que está fazendo aqui? – Suzy perguntou impaciente.

Enzo atravessou a sala sem dizer uma só palavra, então se voltou para ela. Ali estava Suzy, linda e... indócil, com seus braços cruzados na altura de seus seios, fazendo com que eles se ressaltassem ainda mais, deliciosos. Ela estava esperando uma resposta, mas ele não tinha exatamente uma. Ele apenas a estava observando lá de baixo enquanto ela passava por várias vezes em frente a sua janela e depois ao lado, na pele de vidro que tornava a sala visível em alguma parte, e ele considerou que ela poderia ter sido paisagem para muitos homens que já passaram por ali enquanto ela, relapsa, esteve passeando por seu apartamento sem cuidado com as janelas e a pele de vidro. Quantos homens a viram enquanto ela, inconseqüentemente ou ingenuamente, passeou pela sala ainda sem vestir a camisa ou sem colocar um sutiã? Quantos homens a viram? Pior: quantos homens a tocaram? De repente ele se sentiu possessivo em relação a ela. E ele ficava imaginando muitas e muitas coisas e tentou se esquivar, mas aquilo o deixou atordoado.

E então Enzo se viu invadido por esses pensamentos enquanto Suzy ainda esperava por uma explicação sensata por ele ter invadido seu apartamento sem motivo aparente. Ela ficava linda quando batia o pé contra o chão em sinal visível de irritação. Céus, o que ele estava pensando? Tinha que ser sensato! Tinha que dar uma explicação razoável a ela! Não podia simplesmente invadir seu apartamento daquela forma. Ele podia jurar que naquele momento ela passava a o odiar ainda mais um pouquinho, se fosse possível. Mas ela mascarava sua alma. Aprendeu isso ao longo dos anos em que conviveu com tipos variados de homens que só viam nela uma fuga de seus mundos tão entediantes com suas mulheres certinhas e frígidas. Mas Enzo também era uma incógnita para ela. Ao mesmo tempo em que ela achava o conhecer ele simplesmente mostrava que podia ser uma metamorfose ambulante em ponto de ebulição. Inexplicavelmente ele a atraía. Ela tinha estado com muitos homens desde que se tornou uma garota de programa, mas, Cristo, nenhum deles a deixavam tão quente quanto Enzo a deixava apenas de olhar para ela.

Enzo percebeu que também fazia algum efeito em Suzy. Ele estava certo disso quando parou para observar seus movimentos e sua reação em relação à presença dele ali em seu apartamento. Ela quase não se segurava em sua respiração, nem em suas pernas quando ele começou a se movimentar em direção a ela.




- Espere! – ela falou tocando sua farda, na direção de seu peito. A farda ajudava no volume, mas Suzy já tinha o visto sem ela. E ela podia afirmar com todas as letras que, com farda ou não, o peitoral de Enzo era musculosamente inchado e delineado. Então sua mão delicadamente escorregou por ele até encontrar seu abdômen. “Eu me perderia em tantos músculos!”, ela pensou. Depois o encarou apenas para percebê-lo com um sorriso nada decente em seu rosto. Um tanto provocador, ela diria. Mas suas covinhas a encantavam. Sem falar no cheiro que ele exalava, que não era apenas o cheiro daqueles perfumes franceses que seus clientes cismavam em se encharcarem antes de irem a seu encontro. Não, este homem cheirava diferente! Era um odor másculo que acendia sua feminilidade do início ao fim apenas dela transpirar.

Suzy levou a outra mão para acompanhar a primeira e deixou descansar na barriga de Enzo. Em um segundo elas a desobedeciam e desciam mais abaixo, atravessando algum aparente limite entre a pélvis de Enzo e seu abdômen. Enzo levantou uma mão e, calmamente, segurou um dos pulsos de Suzy. Lentamente ele removeu uma mão, depois a outra, e depois fixou seu olhar nela. Era arrebatador a forma com que ele conseguia transformar todos os seus pensamentos em desejos nada sutis. Então ela se irritou e o encarou como pares, de igual pra igual. Ele não tinha o direito de deixá-la tão... tão... tão desnorteada, tão fora de si! Mas afinal, que culpa ele tinha se ele não precisava fazer simplesmente nada para deixá-la assim? Sim, ele podia fazer algo: apenas sair de sua frente!

- E então?! Estou esperando! – ela o enfrentou. Ele parecia sutilmente satisfeito por tê-la deixado tão fora deste mundo por tanto tempo.

- E então o quê? – Enzo perguntou ironicamente.

- O que quer aqui? – ela soou mais irritada. Ele realmente a tirava do sério, mas ela não sabia se isso era exatamente ruim...

- Vim ver se estava tudo bem. Agora que vi que está “ótima”, posso ir! – ele sorriu debochado.

- Por favor! – ela caminhou até a porta, apontando a saída. Ele saiu sorrindo, altivo e convencido de que bastaria um estalar de dedos e ela estaria em seus braços. Ele não sabia o porque, mas aquela situação o deixava extremamente confortável. Indubitavelmente, ele reivindicaria isto, porque, Céus, ele a queria, agora mais do que nunca!

Suzy tentou trabalhar sua impaciência e seu desejo praticamente súbito por Enzo enquanto esperava a chamada de Luigi Constantino. Ela olhou no relógio, faltavam apenas alguns minutos para as duas da tarde; Luigi logo estaria por lá e ela ainda estava completamente acesa por conta da inesperada visita de Enzo.

- Bem, pelo menos não terei que fingir estar molhada quando ele chegar. – ela considerou, sorrindo. Foi então que ela pensou: “Luigi está para chegar e... Enzo está de prontidão lá embaixo... cara, isso não é legal!”. Ela considerou ligar para Luigi e marcar em outro lugar, mas não havia mais tempo. Além do mais, ela não era obrigada a desmarcar seus compromissos porque Enzo a estava vigiando lá embaixo. Aquilo era seu trabalho, aquele era seu local de trabalho. Ela estava acostumada a receber seus clientes lá, e se Enzo não estivesse satisfeito com isso, ele que fosse embora, porque ela não mudaria seu trabalho por ele. Ou mudaria? Os pensamentos novamente lhe enchiam a cabeça e voltaram a deixá-la confusa quanto a seus sentimentos por Enzo. Céus, como ele a embaralhava! – A campainha! – ela saltou para atender quando percebeu tocar.

- Posso? – Luigi apontou para dentro do apartamento.

- Sim, claro! Entre! – ela abriu espaço e fechou a porta atrás deles.

- Estava ocupada? – ele perguntou. Ela não tinha percebido o quanto tempo passou pensando em Enzo até que Luigi ressaltou sua demora ao atender a porta.

- Nada importante! – ela disfarçou seus sentimentos dela mesma.

- Certo. – ele pigarreou. – Estou indo para Angra dos Reis esta semana; na sexta-feira, mas precisamente. Gostaria de sua companhia por lá! – ele foi inquisitivo.

- Sente-se... – ela apontou para o sofá. – Acho que tudo bem pra mim!

- Ótimo! Eu não esperava mesmo um “não” como resposta! – ele piscou. Ela se sentiu um pouco acuada e não gostava desse sentimento nela; não quando se tratava de um cliente. Ela se aproximou dele, chegou seu rosto mais perto do dele e, fazendo um leve movimento, deixou uma das alças de seu vestido cair pelo seu braço.

- Você quer beber alguma coisa? – ela perguntou respirando pertinho dele, o provocando.

- Ragazza, ragazza! A única coisa que desejo beber agora é o líquido do seu prazer! – ele murmurou enquanto a tomava em seus braços.

Uma Música Brutal 2 - Dançando com Lobos (parte 5)


- Aqui estou! – ela falou quando repousou completamente sobre ele. Suzy acariciava seu rosto e ele a observava sorrindo.

- Você é linda!

- Só meu rosto? – ela sorriu de forma maliciosa.

- Não! Você toda! – ele a beijou demoradamente. Suzy começou a rebolar em cima dele, o incitando.

- Você me deixa de pau duro, sabia?!

- Então vem me mostrar o que seu pau pode fazer comigo! – ela levantou provocando-o, mas Dr. João a puxou de volta para o sofá.


Uma Música Brutal 2 - Dançando com Lobos - parte 4


- Oh, Enzo... – ela sorriu. – Desculpa, é que eu não conhecia seu número... e nem sabia que você possuía o meu... – ela analisou. Só a pronúncia da palavra “possessão” saindo da boca dela fez todos os nervos de Mestre Enzo ferver, como se ele voltasse à vida após muito tempo sem pensar no BDSM. A voz doce de Suzy parecia reacender essa chama e seu jeito meigo não enganava: ela tinha sinais puros de submissão.



- Eu consegui com sua prima, espero que isso não a tenha incomodado!

- Imagina! – realmente, ela jamais se incomodaria em ouvir a voz dele pelo telefone, apesar dela achar melhor ainda pessoalmente. – Mas então, a que devo a honra da ligação? Ou das várias ligações... – ela sorriu debochando. Ela não podia ver, mas o fez corar do outro lado da linha.

- Bem, acho que a segunda coisa vai deixar você um tanto incomodada, mas eu tive que fazer!

- O que você faria que me deixaria incomodada?

- Pesquisei seu histórico!

- O quê? – ela quase gritou. – Isso é como puxar a ficha de um delinquente? O que eu fiz de errado, Sr. Curioso?

- Não fez nada, pelo visto. Mas descobri algo que não posso deixar passar em branco!