quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Uma Música Brutal - Décimo Sexto Capítulo

Dei mais alguns passos e logo encontrei Mestre Enzo sentado no bar conversando com algumas pessoas. Dois homens, parecendo serem dominadores, e uma mulher, que mais parecia uma domme. Mestre Enzo, quando me viu, abriu um sorriso que iluminou aquele ambiente obscuro. Me senti em casa. Ele então fez um gesto para que eu me aproximasse. Fui até ele.

- Oi Enzo! – eu cai na burrice de cumprimentá-lo naquele ambiente cheio de regras.

- Uma novata?! – a domme presumiu me encarando séria. Vi ar de divertimento nos olhos de Mestre Enzo, que apenas balançou a cabeça em afirmação. Pronto! Apenas alguns minutos dentro do clube e eu já estava conseguindo causar uma péssima impressão.

- Esta é Letícia, Mistress Verônica! – Enzo me apresentou. – Acho que não preciso dizer quem ela é nem o que ela é aqui dentro, não Letícia?! – ele perguntou voltando-se para mim. Fiz com a cabeça que havia compreendido e então cumprimentei a domme.

- Boa noite, Verônica! – eu achei que deveria cumprimentá-la também. Ela sorriu debochada.

- Tem dono? – Mistress Verônica perguntou, olhando para Mestre Enzo.

- Mestre Dérick! – ele respondeu tomando um gole de sua bebida.

- Se fosse minha sub já teria recebido um castigo! Mas como pertence a Dérick, só posso fazer uma coisa: relatar em detalhes sua insubordinação em relação aos Mestres e à mim, Mistress, deste Clube! – ela falou séria. Eu a olhava incrédula. Eu mal havia chegado e ela já estava querendo me ensinar a como deveria agir?! Pelo que eu havia entendido só Dérick poderia fazer isso. Olhei para Mestre Enzo tentando conseguir dele alguma explicação, mas ele se manteve imparcial. Por fim apenas disse:

- Vá procurar Dérick! Ele te explicará tudo sobre este local!

Eu fiz que sim com a cabeça e parti ouvindo atrás de mim mais algumas observações de Mistress Verônica sobre a minha falta de disciplina. Nem liguei para isso, apenas me dediquei a encontrar Dérick. E quando isso acontecesse, era ela quem iria se ver comigo por ter me tratado assim! Certo?

Cortei todo o salão em busca de Dérick. Por onde passava via algumas cenas acontecendo. “Na frente de todos?! Credo!”, eu pensava. No caminho tropeçava em alguns Dominadores que me paravam e me perguntavam se eu estava acompanhada, se eu tinha dono, se queria um dono... essas coisas. Nunca havia sido tão abordada na minha vida, um ou outro convite me parecia tentador, mas nenhum dominador dali se comparava ao meu Dérick. Ao homem que eu amava com tanta força. Aquele a quem eu desejava com tanta convicção. Uma coisa havia me agradado ali dentro: nenhum homem me forçava a ficar com ele, bastava eu dizer que estava acompanhada que me desejavam “boa noite e boa sorte”. Passei por um local que me chamou a atenção. Uma mulher estava completamente amarrada e elevada acima do chão, seu Mestre hora soltava algumas chibatadas em sua nádega e hora se colocava de pé na frente dela, oferecendo seu membro para que ela o chupasse. Aquilo me excitou de um jeito que acabei ficando toda molhada. De repente senti uma mão pesada se apoiar sobre meu ombro. Ia me virar para ver quem era, mas não precisei.

- Essa cena te excita, huh?! – Dérick falou em tom firme e grave.


- Dérick! – eu me virei feliz da vida para encontrá-lo com uma carranca em seu rosto. – Há algum problema? – ele levantou a sobrancelha.

- Primeiro, pequena, você não deve me chamar apenas pelo meu nome, não aqui! Segundo: só deveria ter andado por aí na minha presença ou com a minha permissão! – eu o encarava assustada, não com ele, mas com tantas regras. Será que eu me acostumaria um dia?! – Terceiro: você mal chegou e já conseguiu despertar a ira logo da Mistress Verônica?!

- Mas eu não... – ia dizer que não havia feito nada, mas ele tampou minha boca. Opa! Eu já havia perdido um pouco do conforto e, mesmo assim, não me sentia tão insegura assim como me senti na primeira vez que estive ali. – Eu... – falei esquivando minha boca de seu dedo, mas Dérick me calou com um beijo arrebatador. Seus lábios se encontravam com os meus reafirmando o grau de excitação de nossos corpos. Ele mordiscava e enfiava sua língua profundamente. E eu a engolia sugando todo o sabor de sua boca, de seu beijo envolvente. Ele foi tirando o rosto de perto do meu e eu fui acompanhando-o querendo mais, mas ele me afastou.

- Eu simplesmente não sei me portar num lugar desse... sinto muito! – choraminguei reconhecendo meu erro. Ele me olhou com carinho, acariciou meu rosto e novamente me beijou. Depois se afastou lutando contra seus próprios impulsos.

- Quando te deixei tão mal acostumada?! – foi retórica sua pergunta, mesmo assim eu balancei os ombros.

- Você poderia apenas aceitar isso, já que não pode mudar a situação! – eu brinquei.

- Está enganada, bebê travesso. Minha especialidade é mudar esse tipo de situação. Para isso disponho de tempo e paciência de sobra para discipliná-la. E vamos começar agora! – ele falou em tom firme e sério, mas sem alterar sua voz.

- Casa cheia, não?! – eu falei me atentando para a platéia que talvez teria se ele resolvesse fazer alguma cena em público. Dérick sorriu de forma maliciosa, mas parecia encantador a forma com que ele me fitava.

- Você se acostuma! – ele piscou.

- Quem sabe... – eu arremeti. – Mas acho que já podemos ir para um local mais reservado! – eu sorri ligeiramente.

- Este é o nosso local reservado, Lê!

- O quê? – arregalei os olhos.

- Exatamente! – ele saboreou meu ar surpreso, mas isso só serviu para deixá-lo excitado. Percebi pelo volume agonizando limitado pelo couro de sua calça.  – E para começar vamos falar do nosso contrato!

- Contrato?! – eu repeti.

- Sim, contrato! Aquele que você assinou na primeira vez que esteve aqui COMIGO! – ele salientou, pois já estive lá antes, com Victor. – Creio que não se lembre da metade das regras que constavam lá, não é mesmo?!

- Pra falar a verdade... não me lembro de regra alguma!

- Garota relapsa! – ele constatou. – Mas não há problema algum. Será um prazer relembrar algumas delas à você! – ele me secou de cima abaixo. – Primeiro: aqui você só pode me chamar de Mestre Dérick ou Dono, como preferir!

- Ótimo, eu tenho uma escolha afinal! – debochei. Ele desviou seu olhar me olhando torto. – Oops! – finalizei. Ele prosseguiu com toda a seriedade de um professor que ensina seus alunos o certo ou errado.

- Segundo: jamais me interrompa quando eu estiver falando. Saiba esperar, pois terá seu momento, basta solicitar e esperar que eu permita que fale algo ou que permaneça calada! – eu concordei com a cabeça. – Boa menina! – ele falou satisfeito com meu comportamento. – Terceiro: Não fará cena com ninguém a não ser que EU permita. Não será tocada por ninguém sem que eu tenha previamente permitido e deverá respeitar toda a hierarquia deste local, certo?! – novamente balancei a cabeça. – Quarto: aqui ou em qualquer outro lugar seu corpo me pertence! Logo caberá a mim decidir o que devo ou não fazer com ele, entendido?! – ele esperou minha resposta. Balancei a cabeça em afirmação. Então ele repetiu: - Entendido, Letícia?! – foi quando lembrei do “Sim Senhor” e “Não Senhor”.

- Sim Senhor! – falei prontamente. Ele olhou suavemente.

- Agora que entendeu, quero que tire a roupa que está usando! – eu me encolhi sentindo um frio na barriga. Ele não foi complacente. – Agora, Lê! – falou sério. Eu, tentando me esconder como podia, sentindo-me completamente vulnerável, comecei a tirar minha roupa. O vestido tubinho saiu com facilidade por cima.  Como ele era apertadinho, eu havia dispensado o sutiã, para meu desespero no momento. Meus seios ficaram soltinhos, à vista de quem quisesse observar. E havia tanta gente ali que eu tive que fechar os olhos para tentar ignorar o choque que a timidez me havia provocado. Dérick tirou não sei de onde uma varinha parecendo ser de bambu e, quando eu parei depois de ter tirado o vestido tubinho, ele acertou duas vezes a varinha em minha perna esquerda. Eu abri os olhos assustada com os golpes.

- Ain... o que fiz de errado dessa vez? – eu soltei me esquecendo das regras. – Oops! – falei recordando-as. Mas ele sorriu ao invés de ficar bravo.

- A calcinha também! – ele me lembrou. Olhei para baixo encarando minha minúscula calcinha, depois olhei ao redor, haviam algumas pessoas formando uma roda ao redor de mim e de Dérick. Corei tão rápido quanto a invasão da luz natural em um ambiente escuro.

- Eu não posso! – falei trêmula. Dérick então se aproximou, formando uma espécie de escudo. Beijou-me na testa, deslizou a mão em meu rosto, passou por meus seios, acariciando-os, depois desceu mais um pouco até alcançar minha calcinha. Não a tirou. Deslizou sua mão até que ela estivesse dentro da calcinha. Logo em seguida ele desceu mais um pouco, achando a pequena brecha onde ele afundou um par de dedos penetrando-me ali, na frente de todos. Eu abaixei a cabeça colando em seu ombro; uma falha tentativa de esconder-me. Dérick continuou incitando-me com seus dedos em minha grutinha. Eu, extasiada, fiz um movimento leve. Então ele rapidamente tirou a mão e falou constatando:



- Você pode sim! Caso contrário não estaria tão molhada quanto está neste exato momento! – ele falou levantando seus dedos molhados como prova. Depois levou-os até a minha boca e enfiou fazendo movimentos de vai e vem. – Você deve se lembrar que tem uma palavra de segurança. Deve usá-la quando achar necessário, mas não pode fazer isso por qualquer besteirinha! Meu intuito aqui é te levar até seus limites. Ultrapassá-los se for conveniente para nós dois, desde que tenhamos um senso comum! Agora, tire a calcinha!

Meu mundo rodou. Não sabia se desobedecia, se usava a palavra de segurança ou se prosseguia obedecendo os comandos de Dérick. Pânico e excitação percorriam minhas artérias. Decidi por fim fazer o que meu desejo pedia e tirar minha calcinha para Dérick. Ele apontou para o cavalete que estava do outro lado do salão.

- Me acompanhe!

- Lá? – perguntei arregalando os olhos.

- Lá! – ele respondeu já caminhando. Eu o segui sem pestanejar, mesmo não conseguindo controlar meu corpo trêmulo.

- Deite-se com seu ventre apoiado no cavalete! – ele ordenou, eu obedeci. Fiquei ali, deitada e exposta a um grupo de pelo menos umas vinte pessoas.

- Eles vão ficar aqui? – eu perguntei baixinho à Dérick quando ele se aproximou. Ele abaixou e me beijou, começando a algemar minhas mãos em duas pontas do cavalete.

- O quanto isso está te incomodando? – ele perguntou. Eu analisei. Na verdade, apesar da vergonha, aquilo não estava me incomodando. Era apenas diferente de estar entre quatro paredes, sozinha com ele. Mas era uma diferença incrivelmente excitante. Ele voltou a perguntar. – O quanto isso está te incomodando, Letícia? – sério desta vez.

- Não está! – eu respondi sentindo-me revigorada, cheia de uma sensação que jamais havia sentido antes. Enfim, o exibicionismo era outro fetiche que eu não sabia que tinha. Mas estava ali, sendo despertado aos poucos nas mãos do meu querido Mestre Dérick.

- Eu já sabia disso! – ele falou esboçando um leve sorriso. Depois se levantou e chegou até o outro lado do cavalete. Calmamente e calculadamente ele esticou meu corpo até uma posição não tão confortável assim e, com uma leve pressão, prendeu meus calcanhares nas outras duas algemas restantes. Senti ele se afastar. Depois senti um toque leve na minha cintura, depois duas mãos com luvas de couro deslizaram pela cintura até chegar a minha nádega. Estremeci. Rapidamente tentei afastar meu corpo e me virei para olhar quem era, pois não havia percebido Dérick com luva e também havia sentido ele se afastar. Quando encontrei seu rosto ele me olhava sério, me virei rapidinho porque sabia que havia feito algo errado. Era ele que estava me tocando, porque eu tinha que desacreditar nisso?!

Dérick veio parar na minha frente. Tirou as luvas mirando meu rosto. Também na minha frente estava a parede onde ficavam alguns acessórios de spanking pendurados. Ele se virou, deslizou a mão por eles, me fazendo saber que ele escolheria um. Uma tensão precoce me imobilizou, fiquei quietinha aguardando sua decisão. Ele escolheu um flog de camurça leve e então se aproximou alisando as cerdas do flog. Depois se abaixou, colado a minha face, e começou a deslizar o flog em meu rosto.

- É macio, huh?! – eu tentei mover a cabeça em afirmação, ele prosseguiu. – Bebê, esse é meu corpo! Só EU toco, só EU uso, só EU decido o que fazer com ele! Só com a MINHA permissão outra pessoa pode te tocar e você não pode fazer nada quanto a isso! Entendeu, bebê? – balancei a cabeça novamente em afirmação. – Ótimo! Então sabe que fez algo errado tentando afastar seu corpo quando sentiu o toque, huh? – fiquei quieta desta vez. – Mas vou ser condescendente, pois seu corpo ainda precisa descansar! – Dérick caminhou até o outro lado do cavalete enquanto alisava minhas costas com o flog. Depois parou, centralizado, com visão completa da minha bundinha. Novamente deslizava o flog pelo meu corpo, alcançando o centro das bochechas de minha nádega. Dérick começou a alisar, mas pressionando cada vez mais forte. Minha pele já deveria estar vermelha e inchada quando as ondas de excitação e calor começaram a invadir meu interior. Comecei a rebolar lentamente e ele a esfregar o flog firmemente. Senti que os fluidos do meu corpo, meu calor, pedia muito mais que apenas esfregões em minha bundinha. Era uma necessidade que vinha de algum lugar e que me empurrava acima de meus limites. Eu apenas precisava...

- Bate! – ele parou de esfregar.

- Pede! – falou deslizando seu dedo em minha grutinha, verificando a humidade.

- Bate, por favor, bate! – eu insisti.

- Não foi assim que te ensinei a pedir, Lê! – ele falou em tom firme, sempre confiante. Eu me rendi.

- Senhor Dérick, meu amado Dono, me dá o que preciso?! Bate em mim, por favor?! Eu preciso! – implorei. Ele sorriu sonoramente. Satisfeito com meu pedido, ele proferiu seu primeiro golpe – leve.

- Ohh! – estremeci. – Mais, por favor?! – pedi. Outro golpe, mais forte. – Ohhh... – depois outro e mais outro... e... ele enfiou seu pau já extremamente rijo em minha bocetinha molhada. – Ohhhhh...!!!

- Ahhhhh...!!! – Ele uivou enquanto estocava freneticamente. Senti todas as vibrações possíveis sendo enviadas do corpo dele para o meu. Um frenesi arrepiante. Entrei em colapso.

Aplausos?!? Abri os olhos lentamente e vi Dérick na minha frente, terminando de tirar as algemas que me mantinha presa àquele cavalete. As pessoas a nossa volta realmente aplaudiam e, Deus, eu estive tão hipnotizada pelos atos de Dérick que nem me lembrava o quão numerosas eram.

- Porque estão aplaudindo? – murmurei.

- Fazem isso quando gostam de uma cena! – ele respondeu. Eu balancei a cabeça, intimidada.

- Céus, me tire logo daqui! Não acredito que fiz isso! – falei sorrindo levemente. Ele retornou meu sorriso.

- Sim, você fez bebê! E fez maravilhosamente! E vou sim te tirar daqui, mas não porque você quer! Deve se lembrar que quem comanda seus passos sou eu, Letícia! Mas vamos sair daqui sim! Vamos sair porque agora quero você todinha pra mim! E agora vou ser egoísta! Não quero ninguém vendo as deliciosas reações de seu corpo quando eu começar a trabalhar em você! – ele falou certo de si. Depois de retirar todas as algemas, sem solicitar licença à ninguém, Dérick me pegou em seus braços e me tirou do meio daquelas pessoas apenas para me ter sozinha com ele em um lugar só nosso.


FIM

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