- Um ano... – eu repeti para mim mesma. Um ano de expectativas, um ano de convívio e fazia menos de três meses que eu havia conhecido o verdadeiro Victor. Aquele Victor que sua beleza e sua simpatia do princípio deixaram escondido durante tanto tempo.
- Coloque! – ele mandou. Eu por um momento continuei perdida em meus pensamentos, parecia estar em outro mundo com tantas lembranças boas e mais ainda com lembranças ruins. Ele então pegou a aliança e colocou no meu dedo. – Isto sela nossa união!
- Victor... eu... – eu pensei em falar, em tentar conversar com ele já que o assunto naquele momento era nosso namoro. Mas Victor fez um “shiii”, colocando dedos em minha boca e dizendo:
- Não estraga este momento, querida! Pode ir agora... ou vai se atrasar. – ele falou ligando o carro. Eu desci e o fitei enquanto ele seguia em frente.
- Ele sempre segue em frente! – eu pensei quase em voz alta. Balancei a cabeça em forma de reprovação, depois entrei para a aula lembrando de uma conversa que tive com Carlos, conversa na qual ele repetiu várias vezes uma mesma frase, talvez na intenção de anexá-la em minha cabeça: “Quem bate nunca lembra, mas quem apanha nunca esquece!”. Pensei comigo: talvez fosse por isso que Victor sempre seguia em frente...
Tirei o final de semana para relaxar, uma espécie de férias das chatices do Victor. Coloquei os estudos em dia e aproveitei para sair com algumas amigas. O início da semana foi a mesma tranqüilidade: faculdade, ensaio e casa; sem perturbação alguma - Aliás, uma coisa que já estava começando a me agradar: sossego!
Victor retornou todo carinhoso, parecia outra pessoa. Cheguei a me questionar o que teria acontecido nesta viajem que o fez mudar da água pro vinho sem nenhum motivo aparente. Nos encontramos num restaurante, depois fomos para um hotel diferente, todo temático; ele parecia estar se esforçando muito na tentativa de me agradar e, no fundo, estava funcionando. O fim de noite foi delicioso, ganhei presentes de um sex shop, uma cesta com vários acessórios: joguinhos eróticos com dados e cartas, óleos de massagem, lubrificantes, uma toalha vermelha , lingerie também vermelha, uma meia 7/8, entre outras coisinhas mais. A única coisa que não me agradou dentro da cesta foi uma espécie de chibata com ponta de couro. Victor percebeu meu descontentamento quando vi a chibata dentro da cesta. Ela afastou suavemente os cabelos que cobriam meu rosto, chegou bem pertinho e disse no meu ouvido: