- Eu já imaginava! – Jonatas
deduziu que a segunda resposta fosse a correta. E realmente ele estava certo.
Enzo não gostou nem um pouco de ver tal homem passar tanto tempo no apartamento
dela. Ele podia até não aparentar ser suspeito, mas mesmo assim Enzo estaria no
encalço dele. – Devo alertá-lo, como seu amigo: não deve esconder seus
sentimentos daquela que os fazem renascer! Se sente algo por Suzy, deve
contar-lhe! Ninguém é capaz de adivinhar o que não foi dito! – Jonatas falou.
Sábias palavras, aliás. Enzo bem sabia que ele estava correto, mas em breve ela
saberia...
- Em breve... – ele murmurou
enquanto via Suzy aparecer na janela. – Agora apenas faça o que te pedi e não
seja um chute no meu saco, Jonatas! – ele rosnou. Jonatas soltou uma sonora
gargalhada do outro lado da linha e então desligou o telefone. “Como ela é
linda!”, Enzo vislumbrou e se viu perdido em seus pensamentos, mais uma vez.
Certamente ela já havia ouvido isso de muitos homens e, se ele apenas dissesse
isso para ela, soaria tão clichê como qualquer outro homem. Mas ele não queria
ser como um desses clientes a quem ela “parcialmente” se entregava. Ele não era
mais um! Além do mais, ele queria muito dela. Algo que ela só poderia dar a ela
se o compreendesse bem; e, muito mais, se ela mesma a compreendesse melhor. Se
ela soubesse que poderia voltar a sentir algo pelo sexo ela deixaria de pensar
nele como um trabalho. Só depois disso ele poderia possuí-la de verdade. Mas
para isso, antes ele teria que ser firme e rígido com ela. A questão era: será
que ela toleraria isso? Será que ela o aceitaria tão dominante quanto ele era?
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- Trouxe café! – Suzy falou
batendo levemente na janela entreaberta do carro. Enzo demorou para olhar Suzy,
pois estava distraído com alguns papéis. – É assim que você me vigia? Nem viu
quando eu me aproximei...
- Ledo engano! – Enzo baixou o
vidro do carro por completo. - Eu vi que era você! Pelo retrovisor! – ele bateu
no retrovisor e ela movimentou a cabeça.
- Claro, sempre atento! – ela
teve que admitir. – Pegue! – ele pegou a xícara de café. – Bem, eu vim avisá-lo
de que não precisará estar me vigiando nas próximas semanas!
- Porque não? – ele tomou um gole
do café enquanto esperava a explicação de Suzy.
- Porque estarei viajando com um
amigo! – ela soltou e parecia que não ia falar mais sobre isso. Então Enzo
forçou respostas.
- Para onde vai e com quem vai? –
ele foi firme em sua entonação.
- Desculpa?! – ele falou como se
aquilo não fosse da conta dele.
- É o seguinte, Suzy... – ele
falou enquanto repousava a xícara sobre um suporte dentro do carro e abria a
porta para ficar frente a frente com ela. – Se ainda não percebeu, estamos em
uma missão séria e tensa! Você corre perigo porque é uma testemunha em
potencial de um assassinato ainda em investigação! Não estou aqui plantado dia
e noite na frente de seu apartamento para brincar com você de “testemunha
protegida”, isso é coisa séria! – tá certo, ele estava extrapolando um pouco.
De fato ela era testemunha de um crime que envolvia o tráfico de mulheres, mas
aquele não era o único motivo pelo qual ela estava implantado em sua casa desde
o acontecimento. Ele se sentia na obrigação de protegê-la. Mais ainda, ele se
sentia no direito de tê-la sempre ao alcance de sua visão. Era como se ele a
possuísse mesmo sem terem passado por qualquer conversa. Por instinto, ele a
queria e ele a teria.
- É o seguinte, Sr. Mandão, eu
não tenho nada a ver com suas investigações! Além do mais eu não fui proibida
pela justiça de circular por aí, até onde eu sei! Logo, você não tem o mínimo
direito de saber para onde e com quem vou! Sou livre por natureza, acostume-se!
– ela o enfrentou. Estava desafiando-o, na verdade. Ela sabia por auto de seus
gostos, de sua natureza dominante. Ela imaginou que tirando-o do controle ele
viria reivindicá-lo de alguma forma. Talvez tomando-a em seus braços e
levando-a para seu apartamento, talvez exercendo o comando sobre ela. Mas...
será que era exatamente isso que ela queria? Suzy se questionou enquanto via a
mandíbula de Enzo cerrar, assim como seus punhos. Mas ele se manteve no
controle de seu corpo e não teve qualquer reação contra ela. Será que ela teria
que jogá-lo mais a fundo? – E então, Sr. Dono da Razão? Como vai ser?
- Tudo bem! Está certa de alguma
forma! Mas saiba que terá que arcar com as conseqüências! Você se envolveu com
gente perigosa. Se fosse eu daria uma atenção pelo menos mínima a esse fato! –
ele pareceu calmo, controlado e intensamente ríspido.
- Sei cuidar de mim! – ela entrou
no carro e pegou a xícara. Deu uma breve olhada nas papeladas, depois saiu de
dentro e encarou Enzo. Ele percebeu que ela estava sendo desaforada de
propósito, mas não jogaria aquele jogo com ela. se ele estivesse em algum jogo
com Suzy, seria ele quem ditaria as regras. – Só tem uma coisa que eu gostaria
de pedir antes de partir...
- Diga!
- Pode colocar alguém para vigiar
a casa em que meu filho mora? Aqui está o endereço! – ela falou esticando um
papel para Enzo, ele recusou. Ela o observou sem entender.
- Já temos alguém lá! Colocamos
assim que soubemos do envolvimento de Dr. João com o tráfico de mulheres. Não
podemos arriscar nenhuma vida e isto inclui a de sua ex-sogra e de seu filho!
- Ah sim, você tem minha ficha
completa! – ela falou parecendo não estar surpresa de que ele já tivesse
descoberto que D. Maria era sua ex-sogra e que seu filho morava com ela naquela
casa. Talvez ele soubesse até mais que isso, talvez ele soubesse sobre a morte
de Edu. Mas essa era outra história que ela não estava disposta a discutir
agora. – Bem, até mais ver!
Quando Suzy partiu Enzo novamente
ligou para Jonatas e informou uma mudança de planos. Se ela fosse viajar, ele
também viajaria, mesmo que ela não percebesse que ele a estava acompanhado.
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Enzo não ficou surpreso ao ver
que o “amigo” em questão era Luigi Constantino. O mesmo que a havia visitado há
alguns dias atrás. O que Suzy não sabia era que Luigi Constantino também era um
dos homens que estavam sendo investigados e que ele talvez fosse o mais ligado
e envolvido até o pescoço em toda aquela história de tráfico. Ele seguiu Suzy
até Angra dos Reis, onde ela e Luigi seguiram para uma propriedade particular
mais destacada das outras. Enzo a deixou por um momento apenas para ver os
detalhes de sua instalação em Angra.
Suzy adentrou a casa admirando
cada detalhe. Angra era realmente um sonho do início ao fim. Ela facilmente
poderia encarar aquela viagem como algumas férias merecidas, se não fosse a
presença constante de Luigi a cercando. Os empregados de Luigi trouxeram suas
malas para dentro enquanto ele a conduzia para onde seria seu futuro aposento
nos próximos dias. Enquanto caminhavam pela mansão ela percebeu algumas portas
fechadas e outras pessoas circulando também pela mansão, logo viu que não
estavam sozinhos ali.
- São seus familiares? – ela
perguntou.
- Oh, sim! Você sabe, família
italiana. Grande e unida! – ele disfarçou. Não estava disposto a revelar para
ela o que acontecia dentro daquela mansão. – Ficará neste quarto! – ele falou
apontando para dentro, para que ela entrasse. – Eu estarei no quarto ao lado do
seu. Qualquer coisa é só me chamar. Descanse um pouco, mais tarde teremos uma
festa!
- Uma festa?
- Sim. A roupa que deverá usar
estará em sua cama. Para isso preciso que mantenha a porta aberta! – ele soou
natural, mas ela sorriu ignorando sua altivez.
- Há mais algo que deva
acrescentar? – ela o repudiou. Está certo, ela seria seu brinquedo pelos próximos
dias, mas isso não significava que não poderia ter vontade própria. Então
começaria pelo vestido e, se ela não colocasse limites, logo estaria dizendo o
que ela poderia comer ou o que poderia dizer. Definitivamente isto não era com
ela. – Desculpe, Sr. Luigi, mas trouxe muitas próprias roupas em minha mala.
Tenho certeza de que uma delas me servirá para esta noite! – ela piscou. Ele
engoliu seco. Não poderia forçá-la a tanto, não por hora. Mas em breve ela perceberia
o que estava acontecendo e passaria a obedecer a seus comandos, disso ele tinha
certeza.
- Como queira, Suzy! A festa
começará às 21horas, não se atrase, quero te apresentar a algumas pessoas! –
ele saiu e ela fechou a porta.
- Céus, pensei que ele não fosse
mais embora! – ela sussurrou olhando ao redor. – Bem, ainda são 17 horas, tenho
muito tempo até às 21h. Preciso de um banho!
Suzy mergulhou na banheira
enquanto sentia as borbulhas massagearem seu corpo. Se ela pudesse escolher,
certamente estaria com outra pessoa ali em Angra. E por falar em outra pessoa:
onde estaria Enzo agora? Seu corpo estremeceu só com o pensamento. Então ela o
imaginou ali, dentro da banheira com ela, e se imaginou deslizando suas mãos
pelo corpo forte de Enzo e sua boceta pulsou na mesma hora. O que ela estava
pensando, afinal? Enzo não teria feito nada tão diferente do que Luigi fez.
“Sr. Mandão” naturalmente teria dito até quantas horas ela poderia passar
dentro da banheira, se Letícia estava certa sobre suas preferências de
relacionamento. “Ele é um dominador e um dominador gosta de estar sempre no
comando”, ela pensou numa reflexão triste.
- E daí? – Suzy sussurrou. – No
que você está pensando, garota? – ela considerou. Não era como se ela e Enzo
estivessem caminhando para um relacionamento, eles nem sequer conversavam
direito. Além do mais, ela mal o encarava sem que uma irritação profunda a
possuísse. O estranho era que toda vez que essa irritação vinha, sempre vinha
acompanhada de uma sensação diferente, excitante. Talvez ela até gostasse dessa
sensação. “Talvez sentir seu toque também fosse bom”, ela respirou enquanto
começava a se tocar dentro da banheira. Suas mãos percorreram seus seios e os
apertaram. Ela arfou se jogando para trás e então deslizou sua mão pela linha
do abdômen até chegar na sua grutinha. Delicadamente ela se tocou e imaginou as
mãos de Enzo nela. Suzy gemeu quando enfiou um dedo em sua grutinha, depois
outro, depois tirou e colocou delicadamente. Nossa! Pensar em Enzo era
definitivamente afrodisíaco para ela. Então ela se tocou com mais sofreguidão,
sentindo seus músculos se contraírem em suas investidas. – Oh, Enzo! VOCÊ me
deixa louca! – ela sorriu se deliciando enquanto ainda se tocava. Ela, que já
ouviu essa frase de tantos homens, nunca esperou usá-la para se referir a algum
deles. Mas agora estava ali, completamente rendida em seus pensamentos eróticos
sobre Enzo. E prestes a... – Ohhhhhh!!! - ...gozar. – Ahhhhhhh!!! – Suzy gemeu
enquanto se libertava das últimas vibrações de sua libertação. – Nada mal,
Enzo! Obrigada! – ela sorriu de forma atrevida. Ela se enrolou na toalha e se
deitou em sua cama, sem ao menos se secar. Adormeceu.