sábado, 8 de janeiro de 2011

Estranha Sedução (Continuação 12)

- Não vamos nos precipitar mais uma vez, Cauã! Nosso namoro já está como está, porque tentar dar um passo maior do que nossas pernas? – ela falou pegando as coisas dela e subindo para o apartamento. Ele veio atrás.
- Não seria um passo maior que as pernas! Nós já estamos sempre juntos, ou na sua casa ou na minha...
- Ou no meu serviço... ou nas minhas reuniões... se bobiar até ao banheiro você quer ir junto comigo! – ela o interpelou. Ele olhou assustado com todas aquelas contestações.
- Eu não sabia que estava se sentindo tão incomodada com isto!
- Ah não sabia?! Você simplesmente não sabia o quanto isto me incomodava? Pois eu vou te dizer uma coisa: eu não estou mais suportando esta sua mania de perseguição! – ela gritou com ele. – Para de me cercar! Para de querer saber nos mínimos detalhes o que eu fiz o dia inteiro, com quem eu estive, onde eu estive! Para! Se você não confia em mim porque ainda está comigo?
- Eu tenho motivos pra desconfiar, você não acha mocinha?! – ele gritou também enquanto subiam pelo elevador até o apartamento. Na hora um dos vizinhos também entrou no elevador e Cauã sugeriu: - Terminamos esta conversa no apartamento! – ele cochichou no ouvido dela.
- Só porque você quer! – ela falou com sarcasmo. Ele olhou para ela como quem pedia “por favor”, ela só virou o rosto pro lado e os dois seguiram. Mal entraram em casa e a discussão começou novamente. – Você não imagina o quanto é desagradável ter que seguir suas regras, fazer só o que você tem na cabeça!
- Ora, ora! Agora se tornou desagradável obedecer? Eu pensei que você gostasse disto!
- Não brinca, Cauã!? – ela falou jogando a bolsa com toda a força no sofá e deixando também seu corpo cair levemente. – E quer saber, você não tem pinta de dom! Estas coisas que você faz não passam de receios! Isso, puro medo! Isto te torna o oposto de um dom, porque um dom é uma pessoa firme, certa do que quer! Você?! Você não sabe cuidar nem de um relacionamento baunilha, que dirá de um no meio bdsm! Você não é maduro o suficiente para isto e além do mais... – ela falava quando foi interrompida por um forte tapa no rosto. Letícia olhou assustada para Cauã, novamente aquela expressão que ela já havia visto antes.
- Eu vou te mostrar que você ta enganada! – ele falou segurando as mãos dela. Letícia já havia visto aquele filme antes e não queria esperar pra ver o final novamente. Ela tentou se soltar berrando:
- O que foi? Só consegue se garantir assim? Vai fazer de novo é? Não vai mesmo! Desta vez eu não vou aceitar Cauã!
- Cala a boca! – ele falou colocando a mão na boca dela. – Vai acordar a vizinhança toda!


- Me solta! Eu estou falando sério! – ela tentava falar e se soltar dele ao mesmo tempo. Letícia não estava sóbria devido aos coquetéis que havia tomado no jantar, mesmo assim tentava revidar. Cauã viu que ela não aceitaria ficar quieta, então resolveu soltá-la de forma amigável.
- Olha, eu vou te soltar! Mas você tem que prometer que não vai ficar gritando assim! Lê, você bebeu demais, está fora de si! – ele tentava manipulá-la. Ela foi começando a se acalmar e então ele a soltou.
- Nunca mais faça isto!
- Você começou a gritar feito uma louca, o que queria que eu fizesse?
- Estava me referindo ao tapa!
- Você mereceu! – ele deixou escapar.
- O quê? Eu mereci? Então experimenta isto! – Letícia falou dando um tapa no rosto de Cauã. Ele colocou a mão no rosto e a encarou. Novamente aquele olhar fulminante na direção dela. Ela percebeu que havia ido longe demais com aquilo. Estava escuro lá fora, a maioria dos vizinhos já deviam estar dormindo e ela não sabia qual seria a próxima reação de Cauã, e ela não esperava a melhor. Antes que Cauã tivesse tempo de responder, Letícia pegou sua bolsa que ainda estava no sofá, aproveitou que Cauã ainda não havia trancado a porta e correu em direção a ela. Cauã tentou ir atrás, mas ela fechou a porta antes que ele pudesse alcançá-la. Por sorte o elevador ainda se encontrava no andar de Cauã, ela entrou e rapidamente apertou um número. Quando Cauã chegou o elevador já havia partido, então ele desceu pela escada. Letícia foi mais esperta que ele e, sabendo que ele desceria até o térreo, onde poderia alcançá-la sem perder tempo de olhar andar por andar, ela desceu do elevador no primeiro andar, e olhando atentamente para a escada, viu quando Cauã passou correndo para o térreo. Ela desceu cautelosamente, para não correr o risco de encontrá-lo na escada. Quando chegou no térreo viu que Cauã ainda esperava pelo elevador. Letícia passou sorrateiramente por trás de Cauã e caminhou em direção a porta. Cauã percebeu o movimento e veio atrás dela:
- Espera, Lê! Vamos conversar! – ele chamou. Ela sentiu um frio na espinha quando ouviu a voz de Cauã, mesmo assim se virou para ver o que ele queria propor.
- Não chega perto! – ela ameaçou.
- Desculpa, Lê! Eu passei das contas, você também, mas não é motivo para você sair daqui desta forma!
- Cauã, eu só quero ir pra casa hoje! Não vamos mais continuar isto, por favor! – ela falou fingindo cansaço.
- Tudo bem! Tudo bem, querida! Eu te levo em casa! – ele falou se aproximando dela.
- Não, Cauã! Eu quero ir sozinha! Eu preciso ir sozinha! Preciso descansar, preciso pensar e preciso fazer tudo isto sozinha... na minha casa!
- Faz o seguinte... – ele falou chegando bem pertinho dela e tocando o rosto dela. – Estamos muito nervosos hoje, eu não quero repetir nenhum ato anterior, prometi isto a você antes e não quero descumprir a promessa. Toma a chave do meu carro, assim você evita esperar táxi! – ele entregou a chave, ela olhou desconfiada, há muito tempo ela não recebia tanto carinho assim dele. Ele continuava. – Você vai, descansa, toma um banho e amanhã nós conversamos!
Letícia achou estranha aquela mudança repentina de humor. Não queria conversar mais, então decidiu aceitar o que Cauã estava propondo. Pegou a chave e saiu dizendo apenas um tchau pra ele. Ele ficou observando a amada partir, ficou na dele; resolveu pelo menos por aquela noite não ficar em cima dela. Ele subiu para descansar também. Letícia, porém, não foi direto para casa. Não estava com cabeça para ficar lá sozinha, nem tranqüila para dormir, queria aproveitar o ar da liberdade que há tanto tempo não sentia. Mas o ar da liberdade ganhou outro tom; cinza, frio. Não tinha o calor de Cauã, seus telefonemas preocupados com onde ela estaria ou como ela estaria naquela hora. Ela chegou a parar em frente a umas duas baladas, mas não entrou. Pensava que não teria graça nenhuma estar lá se Cauã não estava; pensava que no fim ela teria uma noite como tantas outras foram antes de Cauã, vazias. Letícia estacionou o carro, ativou o display e ouviu a música que Cauã tanto gostava:
(Caleidoscópio sem órbita)
“Eu quase posso ouvir a sua voz... eu sinto suas mãos a me guiar... pela noite a caminho de casa... quem vai pagar as contas deste amor pagão... te dar a mão, me trazer à tona pra respirar... quem vai chamar meu nome ou te escutar...”
Ela encostou a cabeça no banco, sentiu o cheiro dele. Fechou os olhos, se lembrou dos toques leves da mão dele quando queria acariciá-la; desejou que ele estivesse ali. Não quis esperar mais e, na ânsia de senti-lo novamente, Letícia dirigiu até o apartamento dele. Imaginou que ele estivesse dormindo, mas ela sabia exatamente como acordá-lo. Como ela tinha a chave, não precisou chamá-lo, entrou sorrateiramente. Cauã estragou a surpresa, estava acordado sentado no sofá quando percebeu o vulto de Letícia.
- Voltou amor? – ele perguntou feliz da vida.
- E eu consigo ficar muito tempo longe? – ela respondeu se jogando nos braços de Cauã.
- Vem cá, vem! – ele falou abraçando Letícia. Ela bastou sentir o toque das mãos dele deslizar por sua costa para saber por que havia voltado tão depressa. Cauã sentiu o corpo quente de Letícia pesando levemente sobre o seu, beijou cada pedacinho. Letícia se viu entregue às carícias de Cauã e correspondeu. Cauã a segurou forte, agarrando a bundinha de Letícia, e a levou até a varanda.
- Você ta louco? Vão nos ver aqui! – ela sussurrou.
- Hoje eu quero cometer loucuras com você! – ele falou encostando ela no parapeito. A primeira coisa que ela fez foi olhar para baixo, sentiu calafrios com a altura e falou:
- Eu posso cair!


- Confia em mim?! – ele falou enquanto tirava a blusa e o sutiã de Letícia. Deixou-a nua e, em contraste com a lua, aquele conjunto formava o quadro mais perfeito que ele já existiu. Cauã começou a beijar Letícia, jogou o corpo dela para trás, ainda encostado no parapeito da varanda, desceu beijando o pescoço, depois os seios, sugou um docemente. Letícia sentia o corpo arder de tesão, abraçava Cauã enquanto sentia a língua dele contornar toda a extensão de seu corpo. Ele desceu até alcançar a púbis de Letícia, afastou as pernas dela delicadamente, sentiu seu pau latejar quando viu aquela bucetinha lisinha rosadinha, chupou, sugava, devorava, se deliciava com o suco de amor que Letícia derramava. Suco do desejo dos dois. Ela gemia, se contorcia; também se deliciava com aquela língua quente, tenra, entrando e saindo da bucetinha dela. Ele a pegou no colo e conduziu-a até a sala, sem soltá-la deitou-se no chão caindo levemente por cima dela. Ele abriu a xaninha dela e delicadamente foi enfiando o pau rijo dentro de Letícia. Ela sentia cada centímetro penetrar seu ser, invadir sua alma, era mais que somente desejo, tesão, ela realmente gostava muito dele a ponto de desejar estar nele, ser parte dele. Ele a abraçava e rebolava enfiando com cada vez mais frenesi, também a desejava de forma indescritível. Seus beijos alcançavam outro estágio, se entregavam alucinadamente. Ela também remexia sentindo a quentura daquele membro intoxicando-a com delírios ardentes de paixão, ela gozou extasiada. Ele, vendo-a sentir tamanho prazer, se deliciou com os gemidos de Letícia, bombeou mais forte e rápido, gozou loucamente.
- Eu te amo, minha querida! Eu te amo! – ele falava beijando-a. Letícia apenas sorriu. Ela também queria dizer o mesmo, mas o medo de assumir aquilo para Cauã não deixava que ela se expressasse como queria. Talvez ela estivesse errada em ter voltado para ele, talvez ele não fosse mesmo quem ela imaginava. Às vezes, o encarando, Letícia sentia o olhar de Cauã longe; por vezes penetrado nela, mas em outro mundo. Ela desejava estar errada com aqueles pensamentos, mas sentia que Cauã realmente escondia algo dela. Ela, porém não tentava descobrir, pois sabia que se algo estivesse fora do normal ela acabaria sabendo uma hora ou outra. “Mentira tem perna curta” – ela pensava.



Continua... ;)

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