- Precisamos conversar! –
Samantha falou olhando para Susy. Enzo entendeu que deveria sair agora, mas
antes segurou a mão de Susy e disse:
- Nada é tão ruim que não possa
ser enfrentado! – ele beijou seu rosto por fim deixando-a atônita com seu jeito
impressionantemente sedutor. Antes de sair Enzo lançou um olhar reconfortante
para Samantha, como quem pedia para pegar leve, ela compreendeu.
- O que quer agora, Samantha?
Outro show? Eu não vou discutir com você em um jantar que é tão importante para
Letícia! – Susy tentou ser calma.
- Por favor, antes de me julgar
me escute!
- Ah sim, te escutar, assim como
você vem fazendo comigo esse tempo todo neh?! Me “escutando”...
- Agora é sério, Susy. O que você
ouviu aqui hoje não foi uma história qualquer, é verídica e envolve coisas que
você conhece muito bem! Envolve você como garota de programa! – Samantha falava
enquanto Susy demonstrava não levar a sério a conversa. Se é o que você quer
pra você, eu não posso falar mais nada. Não é meu direito, eu sei. Estive fora
por muito tempo e não sabia que estava passando por tanta coisa assim aqui. Mas
quero que pense em você e no seu filho porque, se algo acontecer, ele não vai
ter mais a mãe por perto. Você acha isso justo? Aliás, nós não vamos mais te
ter por perto, e é por isso que isso me preocupa tanto! Droga, Susy, você sabe
que eu não sou boa com as palavras. Eu só estou tentando dizer que eu te amo
muito pra te perder pra esse mundo! – ela tinha lágrimas nos olhos agora e Susy
pode perceber o quão sério ela falava. As duas se abraçaram e Letícia veio se
unir à elas.
- Desculpa, eu acabei ouvindo a
conversa sabe... caso vocês brigassem de novo, eu tinha que ficar de guarda. –
Letícia falava sorrindo, mas com lágrimas nos olhos também. – É bom tê-las de
novo!
- Vem logo, Lê! Eu sei que você
quer um abraço! – Susy sorriu. E elas formaram um abraço em trio.
- Sabe porque esse jantar era
importante pra mim, Susy? Porque você e Sammy são importantes para mim e eu
simplesmente não estava suportando ver vocês brigarem assim!
- Podemos aproveitar o resto da
noite, por favor?! – Samantha falou enxugando as lágrimas.
- Insensível! – Letícia sorriu e
as três caminharam para dentro da casa.
O resto da noite teve um clima
mais suave e até contou com risos das duas primas se lembrando das coisas de
infância. Todos estavam prontos para partir e Enzo se ofereceu para levar Susy
até sua casa, já que ela estava meio “alta”. Ela pensou em recusar, mas Letícia
e Samantha ficaram em cima dela para que ela aceitasse a carona.
- Vou dormir aqui hoje, amanhã eu
levo seu carro! – Letícia a tranqüilizou.
- Bem, acho que não me resta
tanta alternativa assim, não é mesmo? – Susy falou olhando para as duas,
enquanto Enzo a esperava já dentro do carro. Sammy e Letícia balançaram a
cabeça fazendo um coro “huhum!”. Então ela se foi.
**********************************************
- Você quase se meteu em encrenca
hoje, minha pequena! – Dérick falou quando ficou sozinho com Letícia.
- Bem, acho que tive tudo
resolvido antes do fim da noite, então não fui tão mal assim! – Letícia sorriu.
- Você nunca é tão mal assim! –
ele falou beijando-a – Venha, quero desfrutar do nosso resto de noite! – ele
falou conduzindo-a até o quarto.
- Ora, ora, ora! – ela sussurrou.
- Dispa-se para mim, pequena! –
ele mandou. Letícia obedeceu e a dor foi clara no rosto de Dérick ao ver as
marcas que ela ainda carregava daquela maldita semana em que esteve nas mãos de
Victor, seu irmão. Ele balançou a cabeça para voltar a si, tinha certeza de que
se visse ele por mil vezes, por mil vezes o mataria. – Maldito! – Dérick
esbravejou.
- Oh, Dérick! Dessa forma não vou
mais estar despida para você! – ela falou triste. – Eu já estou bem melhor...
- Tem razão, pequena. Lembrar só
torna isso mais doloroso! – ele considerou. Ela consentiu com a cabeça. – Vem,
quero você em meus braços agora!
Letícia chegou perto e Dérick a
abraçou com cuidado. A vontade de tê-la era tão forte que ele se preocupou que
não a manteria tão a salvo assim quando estivessem na cama. Calor selvagem
invadiu o corpo de Letícia quando ela percebeu o olhar fulminante de Dérick
sobre seu corpo. Ele delineou cada curva dela, dedicando maior atenção ao seu
bumbum. Ele simplesmente adorava a forma como eram redondinhos e deliciosos. Deu
uma leve mordida que fez Letícia soltar um pequeno gemido. Ele gostou do
barulho que ela fez, então mordeu de novo.
- Aiii! Apenas arranque-o fora se
desejar! – ela o desafiou.
- Atrevida! – ele sorriu como se
aceitasse o desafio. Jogou-a na cama e a virou de costas. Encheu suas mãos com
as nádegas de Letícia e as apertou passando a língua em torno delas.
- Humm... isso é gostoso! –
Letícia admitiu. Dérick sorriu, mas de repente soltou a mão em cima dela. –
Aiiii... – ela soltou um grito com o susto. E depois virou esforçando-se para
olhar para ele. – Porque???
- Eu preciso ter um motivo?
- Presumo que não... – ela sorria
enquanto ele a arrastava para o quarto. Alguns metros sendo carregada por ele e
então ela foi jogada na cama. Levantou novamente o desafiando, ele virou para
fitá-la.
- Não se mexa! – Dérick apertou
os olhos, Letícia levantou as mãos em rendição. Como ela adorava aquilo. Dérick
caminhou até a cômoda e de lá retirou uma sacola, ela viu que reconhecia
aquilo. Há tempos não usavam aquele vibrador em forma de borboleta.
- Ah não, Dérick! Não poderíamos
ser normais pelo menos um pouquinho assim??? – ela choramingou fazendo um gesto
encolhendo os dedos. Ele viu o divertimento em seus olhos e sorriu também. Ele
bem sabia que a “normalidade” a qual ela se referia não poderia existir entre
eles uma vez que estavam em um relacionamento tão surreal. Ele sabia mais que
isso, ele sabia também de suas necessidades. Ele sabia como fazê-la flutuar,
como lidar com seu corpo, com seus desejos. Definitivamente a “normalidade” não
era para eles.
- Seria como não poder brincar em
um parque de diversões, bebê! – ele sorriu maliciosamente enquanto vestia a
borboleta no quadril de Letícia.
- Eu estou tão... excitada... vai
me fazer gozar rápido assim! E eu ainda quero muito você dentro de mim! – ela
pediu aflita. Mas Dérick apenas sorriu. Tê-la assim tão entregue e desejosa era
apenas parte da diversão.
- Chegamos ao ponto então! – ele
sorriu malicioso. – Você está proibida de gozar até que eu esteja completamente
enterrado em você, bebê!
Bem, ele sabia como ter uma diversão
e isso ela não podia negar. Dérick então subiu em Letícia e começou a beijá-la.
Sugava delicadamente seus lóbulos, sua boca, seu pescoço, até chegar a seus
seios. Ela respondia com gemidos e carícias. Quando Dérick alcançou um mamilo,
acionou o vibrador com seu controle remoto e de repente Letícia sentiu se
clitóris ser freneticamente estimulado por aquele brinquedinho, assim como todo
o resto de seu corpo estava sendo estimulado a cada toque de Dérick.
- Desse jeito eu não resisto... –
ela gemeu enquanto arfava deleitosamente vendo Dérick chupar um seio, depois
passar para o outro e delicadamente cobrir sua auréola com sua boca quente. Então
ele a sugava e interrompia o movimento do vibrador. Novamente a incitava
passeando com sua língua pelo corpo de Letícia e então religava o vibrador.
Letícia estava entre o céu e o inferno sem poder responder ao toque tão
provocante de Dérick e àquele temporário e irritantemente delicioso movimento
do vibrador entre suas pernas torturando seu clitóris. – Oh, Dérick... – ela
soltou outro gemido.
- Ainda não, bebê! – ele falou
enquanto se encaixava no corpo de Letícia. Suas pernas afastaram as dela, deixando
sua bocetinha extremamente molhada bem abertinha, à espera do seu membro
latejante. – Você está deliciosa, bebê! – ele sussurrou. Depois beijou-a
novamente e então enterrou seu pau lá no fundo de sua bocetinha. Letícia soltou
um gritinho sufocado, depois começou a gemer deliberadamente. Ela queria gozar,
ela podia, mas ele parou o movimento da borboletinha e também parou de se
movimentar. Ela o olhou em interrogação como quem dizia “porque parou?”. Dérick
sorriu e então forçou o movimento entre suas pernas, entrando e saindo, até que
ligou novamente o vibrador e o colocou no modo 3 (o último, mais rápido e mais
intenso). – Agora, bebê! – ele comandou. Então Letícia se arqueou sentindo sua
pulsação vacilar enquanto ela liberava uma explosão de vibrações que se
expandiam pelo seu corpo deixando-a completamente em estado de êxtase. Ao mesmo
tempo Dérick saboreava sua libertação em espasmos que o deixaram em frenesi.
Letícia se levantava para caminhar até o banheiro quando Dérick a puxou e
sussurrou em seu ouvido – Estamos apenas começando, bebê!
**************************************
O caminho foi meio esquisito, de
repente Suzy estava vendo o homem Enzo, e não o amigo de seus amigos. Era
difícil não olhar para ele e para aquele corpo extremamente sexy e não pensar
em sexo. Para ele também não foi diferente, ele nunca a viu como estava vendo
agora e aquilo estava fazendo seu sexo quase saltar de suas calças. Ela
permanecia em silêncio, tímida talvez, ou perdida em seus pensamentos, ele não
podia garantir nada.
- Quantos anos tem, Susy? – ele
perguntou quebrando o silêncio entre os dois.
- Vinte e três...
- Jovem!
- Devo ter quase a sua idade! –
ela falou o medindo dos pés a cabeça e considerando no máximo trinta.
- Quarenta? – ele sorriu não se
deixando intimidar pela idade.
- Muito bem conservado, eu diria!
– ela retrucou.
- Digamos que o trabalho exige
que eu seja.
- Em quê trabalha? – ela foi
rápida, depois engoliu seco. Tinha que ser sempre tão descuidada com as
palavras assim? – Depois reclamo de Sammy... – ela chiou.
- Não se preocupe, não tenho
problema em responder! – ele sorriu.
- Droga, ele tinha que ser tão
perceptivo? – ela pensou, mas não falou desta vez.
- Fui promovido a Capitão da força
tática policial recentemente. E você, o que faz? – ele chegou ao ponto quando
aceitou responder a pergunta dela. “nada discreto”, ela pensou.
- Trabalho com entretenimento! –
ela foi superficial. Ele entendeu que ela não queria falar, mas se isso
envolvia algo com as pessoas de quem Jéssica e Jonatas estavam atrás ele tinha
que saber. Não pela Força Tátiva, mas por ela. Ele a quis proteger desde quando
a viu encostada na grade da varanda da casa de Dérick. Ele simplesmente tinha
que protegê-la nem que tivesse que trancá-la em um quarto. Ele tinha que forçá-la
de algum jeito. Ela tinha que confiar nele.
- Entretenimento?! Parece um
trabalho satisfatório! – ele foi cauteloso.
- Nem tanto! É bom quando se
trata do seu entretenimento e não do dos outros! – ela foi objetiva.
- Mesmo assim, quando se trata de
entretenimento, de certa forma nos distrai também! Ouvi dizer que trabalha em
um escritório? Qual o nome?
- Whou, whou... Quantas perguntas,
Senhor Enzo! – ela sorriu. – Se estou num interrogatório precisa me dizer... tenho
que chamar meu advogado! – Susy levantou os braços em rendição. Enzo sorriu.
- Senhor Enzo soa bem! Mas não,
não precisa de um advogado. A não ser que esteja metida em alguma encrenca... –
ele a desafiou. Susy ficou séria de repente. Preferia não falar sobre o assunto
com ninguém, mas conhecia um homem que, pelo julgamento dela diante das
conversas que ela acompanhara pelo telefone, ele poderia estar perfeitamente
envolvido em toda aquela merda. Mas ela não sabia da história, não era
envolvida e nem era uma vítima, logo, não teria que estar envolvida em algo tão
grave. Ela achava realmente que sabia muito bem se cuidar sozinha, sempre
soube, e não seria agora que faria diferente.
Enzo estacionou o carro na frente
da casa de sua ex-sogra, onde ela passaria a noite já que gostaria de amanhecer
ao lado de seu filho. Ela agradeceu pela carona e se despediu com um “até mais
ver” embora quisesse ter dito “na sua casa ou na minha?”. Um sorriso malicioso
invadiu seus pensamentos quando pensou neles indo para algum lugar juntos.
Depois refrescou a cabeça e começou a caminhar para dentro quando percebeu que
Enzo não sairia da frente da casa até que ela entrasse e estivesse segura. Ela
o fez. Sua sogra, Maria, ainda estava acordada. Ela pediu a benção em
demonstração de carinho e respeito à mulher mais velha, quase uma mãe para ela,
e logo seguiu para o quarto onde seu filho se encontrava. Ele sim dormia. Susy
se aproximou e deu-lhe um beijo leve na testa, tomando cuidado para não
despertá-lo. Depois o cobriu e saiu do quarto lentamente. Apagou a luz e se
despediu dizendo:
- Eu te amo!
Quando saiu do quarto encontrou “mãezinha”
(como ela chamava a sogra) parada atrás dela. Foi quase um susto, mas ela logo
se recuperou.
- Ainda vai sair? – perguntou D.
Maria, preocupada.
- Tenho um compromisso inadiável...
– ela fez com tom cansado em sua voz.
- Sabe que não tem que ir! – D.
Maria tentou convencê-la. Por mais que ela tentasse esconder as coisas que
fazia, era praticamente impossível esconder algo de D. Maria. A senhora mais
velha dava seus conselhos, cuidava, mas não ousava se intrometer tanto. Talvez
no fundo ela também não visse outra solução, apesar de tentar apontar várias
para Susy quando conversavam. Ela a amava como se fosse sua filha, e Susy a
amava como se fosse sua mãe, mas D. Maria sabia que a vida havia sido muito
injusta com ela e, mesmo querendo questioná-la, não podia ser tão injusta
quanto isso. Depois que ambas perderam Edu, filho de D. Maria e pai de Pedrinho
(o filho de Susy), elas não tiveram mais ninguém por elas. Mesmo D. Maria ajudando
o máximo com seu filho, não era o suficiente e, infelizmente, ela teve que se
virar de alguma forma.
- Cuida dele por mim, mãezinha! –
ela falou com um sorriso singelo no rosto.
- Eu sempre cuido, querida, eu
sempre cuido! Gostaria de poder cuidar melhor de você também... – D. Maria
tinha um olhar entristecido. Susy se aproximou, pegou suas mãos e deu um beijo
em cada uma, depois sorriu e se retirou dizendo:
- Você cuida, mãezinha!
***************************
A noite caía enquanto Susy dobrava
a esquina da rua de D. Maria. Um táxi foi a melhor opção já que as amigas
praticamente a impediram de sair de carro. Era fim de semana e ela tinha um
compromisso, o que a fez remeter a um ponto: não deveria ter bebido tanto.
Já se passava das 11 horas quando
o táxi estacionou em um renomado restaurante que se encontrava no centro da
cidade. Susy desceu e solicitou que ele a aguardasse por pelo menos 5 minutos,
se ela estivesse muito atrasada o compromisso certamente teria sido cancelado e
ela voltaria pra casa no mesmo táxi. Ele concordou e lá ficou esperando-a pelo
tempo combinado.
Quando entrou falou seu nome e o
nome de quem a estava esperando. Logo a recepcionista a conduziu para uma mesa
onde se encontravam alguns homens muito bem vestidos. A conversa fluía entre os
contadores de vantagens e as risadas eram fartas. “Homens medíocres!”, ela
pensou. Certamente não estava em uma boa noite e, acabar em uma mesa como
acompanhante de um esnobe era a última coisa que queria. Infelizmente não pôde
desmarcar esse compromisso, pois já havia feito isso por três noites seguidas e
o cachê oferecido a ela não era lá algo com o qual estava acostumada.
Geralmente pagavam uma quantia considerável, mas não tão considerável quanto
esta.
- Boa noite, senhores! – ela forçou
o sorriso mais lindo que pôde ter. Logo viu a razão por estar ali se levantar e
saudá-la com um beijo quente... “para ele!”, ela pensou novamente. Era Dr. João,
um rico e pervertido empresário daquela região, advogado do diabo nas horas
vagas.
- Rapazes, esta é Nina! – falou o
homem alto, robusto e com barbas que caiam em cascata sobre seu queixo. Sua
idade girava facilmente em torno dos seus cinquenta anos. Olhar para a
saliência de sua barriga fez Susy ter ânsia de vômito. Como Enzo conseguia se
manter tão em forma enquanto estes homens pareciam viver na idade da pedra?
- Creio que já fomos apresentados
em alguma ocasião! – cintilou um homem que estava sentado á esquerda de Dr. João.
Ela logo o reconheceu, era Luigi Constantino, o homem descendente de italiano
com quem ela havia saído por duas vezes desde que ele estava na cidade. Ao
contrário de Dr. João, Luigi Constantino tinha uma aparência mais jovem e
parecia gostar de cuidar do corpo. O homem era estranhamente sexy com seu
cavanhaque que contornava perfeitamente seu queixo largo. Poderia possivelmente
se passar por um bom partido, mas aquele homem não enganava o ar apurado de
Susy. Foi dele que ouviu a tal conversa suspeita que poderia ligá-lo ou
torná-lo um dos suspeitos de Jéssica e Jonatas. Porém ela conhecia pouco sobre
ele e não tinha certeza de nada, não era certo incriminá-lo sem provas formais.
As duas vezes que estiveram juntos só a deixaram descobrir o quanto ele era bom
de cama, e disso ela não podia discordar.
- Olá, Sr. Luigi Constantino! –
ela foi educada ao cumprimentá-lo. Dr. João sentiu uma pontada de ciúmes. Sabia
que Susy era sua contratada, mas nada o impedia de fantasiar que vivia um lindo
romance com aquela mulher linda e sexy ao menos que estivesse ao lado de sua
rabugenta esposa, Nora. Susy não o deixava ir tão longe em seus pensamentos,
mas ela trabalhava exatamente com aquilo: satisfazer fantasias, o que mais ela
poderia fazer?!
Os homens conversaram por mais um
tempo e ela tolerava pacientemente até o fim de uma discussão sem pé nem
cabeça. “Coisas de homens fúteis e bêbados”, ela quase falou alto. Um bocejo
saiu graciosamente de sua boca quando ela pediu licença aos homens para ir ao
banheiro. Enquanto esteve lá aproveitou para relaxar um pouco longe do olhar
inconveniente dos homens que sabiam exatamente para o quê ela estava lá
acompanhando Dr. João. Ela pensou por um tempo sobre as coisas que ouvira a
pouco no jantar, aquilo a estava deixando atordoada. Ela sabia que sempre havia
sido cautelosa, o problema é que não podia confiar em estar pisando em terreno
conhecido por muito tempo, sempre havia chance de tropeçar. Susy lavou os olhos
com cuidado para não remover a maquiagem. Secou-se olhando para o espelho por
um tempo.
- Você vai sair dessa também! –
ela mesma a fortaleceu. Mas depois se recobrou do tanto de vezes que falou a si
mesma que largaria os cigarros e, no entanto, até agora não havia conseguido se
livrar deles. – Sua fraca! – ela grunhiu. Logo retocou a maquiagem e saiu do toilet.
Ficou surpresa ao se deparar com Luigi Constantino, que parecia esperá-la ali
na frente.
- Ragazza! – Luigi Constantino sorriu para
ela. Susy o cumprimentou e fez que ia sair da frente dele em direção à mesa em
que estavam, mas ele a interrompeu. – Ninguém está mais por lá!
- Mas... – ela suspeitou.
- Eu e Dr. João tivemos uma longa
conversa até que ele a liberasse para mim por esta noite! – ele sorriu
novamente.
- Isso soa estranho... – ela
analisou. Dr. João a esperou por três noites seguidas e agora ele a havia
cedido para Luigi Constantino?! Isso soava realmente estranho.
Continua...
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