- Não! É aqui que eu trabalho,
como vocês já devem ter percebido! – ela foi dura com ele, então percebeu
Jéssica sorrindo amigavelmente. – Desculpa, Jéssica! Ele consegue me tirar do
sério! – Suzy falou meio sem jeito.
- Sei que não vai acreditar
agora, mas ele só está querendo te proteger! – Jéssica sorriu.
- Não queríamos invadir seu
espaço, Suzy, mas estamos aqui por causa de Dr. João. Você o conhece? – Jonatas
foi direto ao assunto.
- Eu gosto disso, Jonatas!
Objetividade! E já que está sendo comigo, vou procurar ser o mais objetiva
possível com vocês! Dr. João, como não deve ser segredo aqui, era meu cliente!
Apenas isso! Não o conheço e não tenho informação nenhuma sobre ele! Fim de
assunto! – ela piscou, sempre na defensiva. Jonatas e Jéssica compreenderam.
Ela não poderia estar agindo diferente uma vez que eles estavam lá como
policiais e não como amigos.
- Isso explica o por que de você
ter sido a última pessoa a falar com ele... antes de o assassinarem! – Enzo
falou verificando pela janela, deixando a cortina voltar a cobri-la depois de
uma breve analisada para o lado de fora. Suzy quase sentiu o queixo encostar no
chão quando ouviu a última palavra: “assassinarem”.
- Quer dizer q...q...que... Dr.
João... está... m...m... – ela, perplexa, não conseguia completar a última
palavra.
- Sim, ele está! E, considerando
que foi a última pessoa a vê-lo vivo, concluímos que deva ter informações
importantíssimas que podem nos auxiliar neste caso! – Enzo continuava sendo
rude, mas parecia mais querer testar seus limites. Até quando a mocinha meiga
conseguia ser delicada e não mandá-lo ir a merda, por exemplo.
- Eu não o matei! – Suzy bufou
enquanto se encaminhava para o sofá a fim de se jogar em cima dele e aliviar o
peso que a perplexidade estava provocando sobre ela. Assustava ter sido a
última pessoa a ver alguém antes da morte deste alguém. Jéssica balançou a
cabeça em reprovação à Enzo e foi acalmá-la.
- Nós sabemos que não foi você,
querida! Temos provas de que estava em casa quando o crime ocorreu. Acalme-se!
– Jéssica falou.
- Então porque estão aqui? –
Suzy perguntou.
- Porque você foi a última a
vê-lo vivo, como Enzo disse. Talvez possa nos ajudar com algumas informações,
qualquer informação. Qualquer detalhe pode ser uma pista! – Jonatas falou.
- Mas eu não sei... – Suzy
refletiu tentando realmente se lembrar de algo. Foi então que lembrou que Dr.
João parecia tenso quando foi vê-la. – Ele não parecia muito bem. Além do mais,
ele nunca vem me ver nos finais de semana...
- Algo mais, querida? – Jéssica
perguntou.
- Bem, ele estava com muita pressa...
mas pensei que fosse por causa de sua família... – Suzy disse por fim.
- Acho que ele não estava com
pressa para ir encontrar com alguém de sua família, afinal! – Enzo bufou. Ela o
encarou impaciente.
- Foi só uma suposição! Eu não
tenho que saber da vida dos meus clientes! – Suzy grunhiu. Enzo se aproximou
dela, ficando frente a frente. A encarou por um longo tempo. Seu olhar firme,
porém muito quente, a deixou com um misto de desejo e repulsa. Ele a encarava
tão sério que, se ela não o conhecesse de outros carnavais, teria ficado com
muito medo dele naquele momento. Então Enzo seguiu toda a extensão de seu corpo
até encará-la novamente. Deu um breve sorriso e se virou. Ela não queria
admitir, mas ele a despertava como mulher. Ele simplesmente conseguia tirar
todo o profissionalismo que ela tinha quando se tratava de homens, era como se
a despisse de suas armas e a tivesse tão pura, tão entregue. Ele a intimidava.
Ela sacudiu a cabeça e tentou voltar a si.
- Temos algum trabalho pela
frente, Suzy. Aqui está nosso cartão. Qualquer coisa não se preocupe em nos
contatar! – Jonatas falou entregando um cartão à Suzy.
- Já vamos, querida! Mas não
esqueça: estamos aqui para ajudá-la no que for preciso! – Jéssica beijou a
testa de Suzy e se levantou também.
- Obrigada! – Suzy forçou outro
sorriso, mas agora o motivo da seriedade era diferente. Ela estava
completamente assombrada com o que havia acontecido. Só precisava de um tempo
sozinha, só isso. Tinha que se recuperar do baque e voltar à ativa. Ela acompanhou
eles até a porta, mas antes de fechar disse: - Jéssica, eu só queria saber de
uma coisa...
- O que eu puder responder,
querida! – Jéssica sorriu.
- Como sabem que eu estava aqui
quando o crime aconteceu? – Suzy soou curiosa.
- Digamos que você tem um
guarda-costas que... sabe dos seus passos! – Jéssica piscou.
- Guarda-costas? – Suzy perguntou
quando sua curiosidade aumentou. Então Jéssica se virou para Enzo, Jonatas
também se virou para Enzo e Suzy, por fim, o encarou também. – Você!? – ela falou
tentando parecer fria. – Sabe que posso dar queixa na polícia por perseguição,
não sabe?! – ela falou em tom afiado. Enzo sorriu indiferente e bateu na
identificação em sua farda.
- Polícia! – Enzo disse. Suzy
esbravejou, mas não quis prolongar a conversa. Até porque ela não queria que
ele desistisse da idéia de vigiá-la de perto. Era reconfortante saber que não
estava sozinha naquele momento, mesmo que sua companhia fosse um homem fardado
que a protegia sem mesmo ela saber ou pedir por essa proteção. E ela tinha que
admitir, ele era um homem diferente!
* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *
- Sua vida me intriga! – Letícia
falou enquanto percorria o armário de Suzy e mexia em todos os seus “brinquedos
eróticos”.
- Não a incentive! – Samantha
bufou.
- Não estou incentivando ela! –
Letícia retrucou. – Mas deve ser diferente sair com um homem diferente a cada
dia! Ou realizar suas fantasias...
- Achei que Dérick a deixava
ocupada o suficiente para não pensar em outras coisas. – Suzy sorriu quando
falou.
- Ah, garotas! O que é isso?! Uma
garota não pode mais ser curiosa??? – ela deu língua para as duas. – Além do
mais, Dérick não me proíbe de ter fantasias, pelo contrário! Ele é a forma viva
de todas as que eu já pude ter com um homem! – ela suspirou.
- Uau! Alguém parece cruelmente
apaixonada aqui! – Samantha caiu na gargalhada.
- E sou! – Letícia admitiu.
- Muda de assunto, Lê! Não quero
saber da vida profissional de Suzy! – Samantha bufou. – E feche esse armário
cheio de coisas insanas!
- Ok, santa puritana! – Letícia
sorriu enquanto tirava Samantha do sério. - Sobre o que quer falar então? – ela
a questionou. Então as duas pareceram captar seus pensamentos por telepatia, e
logo se voltaram para Suzy.
- Que tal falarmos sobre essa
história da Suzy ter o gostosão do “Mestre” Enzo como guarda-costas em tempo
integral??? – Samantha falou em tom malicioso.
- Oh, sim! Isso soa muito
interessante! – Letícia deu corda ao assunto.
- Ah, por favor! Não venham as
duas! Pra começo de informação eu e ele não podemos bater de frente por muito
tempo! Vejo uma briga muito feia por acontecer muito em breve! – Suzy bufou.
- Eu vejo um romance tórrido e
quente por acontecer muito em breve! – Letícia soltou, então ela e Samantha
caíram na gargalhada.
- Se ele espera me ver o chamando
de “Mestre” em algum momento da vida dele, pode ter certeza de que ele estará
perdendo seu tempo! – Suzy retrucou.
- Sei! – Samantha falou. – E ele
não sobe aqui?
- Meninas, este aqui é meu local
de trabalho se vocês ainda não perceberam! – ela falou tentando conter o
sorriso. – É uma surpresa ver vocês por aqui. E só estão aqui porque não tive
serviço nenhum marcado pra hoje! – ela tentou ser séria. Mas Letícia e Samantha
a encararam com um sorriso de um canto ao outro.
- Oh, isso foi uma forma sutil de
dizer: “caiam fora!”. – Letícia falou séria, depois caiu na gargalhada.
Samantha a acompanhou e logo Suzy também não conseguiu se conter e se fez coro
com as duas risonhas. – Bem, apesar da sua reivindicação não ter surtido efeito
algum, eu tenho que ir agora... tenho alguns compromissos com Dérick e o
pessoal do grupo de dança... – ela falou enxugando as lágrimas que saíram
depois de ter sorriso tanto.
- Eu também tenho que ir, prima!
Coisas pra resolver, você sabe... correria! – Samantha falou beijando Suzy no
rosto. Letícia também a beijou e ela as conduziu para a porta.
- Vocês com meu endereço... isso
não vai prestar! – Suzy deduziu, mas foi meiga ao falar. – Jéssica vai ter que
me explicar isso! – ela sorriu por fim.
- Ela disse que você estava
nervosa e precisava de companhia! Não seja tão dura consigo mesma! – Letícia
piscou para ela.
- Eu tenho clientes e vocês duas
não vão querer ficar pra ver! – Suzy debochou. Letícia e Samantha sorriram. Na
verdade foi muito bom ter tido aquele momento com as duas. Era algo novo para
ela, uma visita informal dentro daquele apartamento tão frio, tão profissional.
Aliás, aquele dia, desde a manhã, estava sendo muito novo para ela. Muitas
novidades, algumas ruins, outras boas. Mas nada a fez esquecer do que havia
acontecido. A morte de Dr. João ainda a assustava. Principalmente pelo fato de
ela não poder pensar em algum motivo para quererem aquele homem morto. Aquilo a
fez pensar em muitas coisas, além de ficar imaginando se o assassino em questão
sabia dela ou não. – Preciso de um banho demorado! – ela deduziu por fim
tentando parar de pensar nas inúmeras possibilidades.
Quando terminou seu banho, Suzy
sentou no sofá e foi conferir as chamadas perdidas em seu celular. Enquanto
Letícia e Samantha estiveram lá, ela preferiu não atender a nenhuma ligação,
não queria negociar com clientes com elas por perto, soaria no mínimo estranho.
Suzy então conferiu chamada por chamada. Anotou as ligações que teria que
retornar Ela viu a caixa de mensagens também cheia, estava verificando quando
viu quatro com o mesmo assunto: “Estou esperando sua resposta. Ass.: Luigi
Constantino.”. foi então que ela lembrou que realmente ficou devendo uma
resposta para ele. Ela balançou a cabeça em negativa.
- Mais uma!
Antes de ligar para ele, Suzy
parou para fazer algumas considerações. Ela sabia que o trabalho era arriscado
para ela. Depois da morte de Dr. João, tão perto dela, ela começou a refletir
sobre esses riscos. Talvez ter alguém fixo não seria tão mal assim. Talvez
fosse uma forma de evitar os possíveis problemas saindo com pessoas estranhas.
Mas Luigi também era uma pessoa estranha para ela. Ela não o conhecia a fundo e
não podia afirmar nada sobre ele, por outro lado ele havia sido sincero o suficiente
com o que queria dela e isso era um ponto a favor dele. Suzy resolveu que
ligaria para ele. Talvez aceitar a proposta não fosse má idéia, não enquanto
ela fosse uma das testemunhas de um assassinato. Ela discou.
- Suzy?! – a voz masculina
parecia satisfeita do outro lado. – Vejo que recebeu minhas mensagens! – Luigi
falou.
- Sim, recebi. – ela não pareceu
tão feliz.
- E então, presumo que tenha uma
resposta?!
- Sim, tenho!
- Então?
- Eu aceito!
- Ótimo! Temos algumas coisas a
conversar para acertar os detalhes. Daqui a duas estarei em seu apartamento!
Esteja pronta, não ficaremos aí! – ele falou desligando o telefone.
- Lá vamos nós! – ela refletiu.
De repente a campainha tocou. – Mas já? Ele não falou daqui a duas horas??? –
ela soou confusa, mas abriu a porta. – O que está fazendo aqui? – Suzy
perguntou impaciente.
Enzo atravessou a sala sem dizer
uma só palavra, então se voltou para ela. Ali estava Suzy, linda e... indócil,
com seus braços cruzados na altura de seus seios, fazendo com que eles se
ressaltassem ainda mais, deliciosos. Ela estava esperando uma resposta, mas ele
não tinha exatamente uma. Ele apenas a estava observando lá de baixo enquanto
ela passava por várias vezes em frente a sua janela e depois ao lado, na pele
de vidro que tornava a sala visível em alguma parte, e ele considerou que ela
poderia ter sido paisagem para muitos homens que já passaram por ali enquanto
ela, relapsa, esteve passeando por seu apartamento sem cuidado com as janelas e
a pele de vidro. Quantos homens a viram enquanto ela, inconseqüentemente ou
ingenuamente, passeou pela sala ainda sem vestir a camisa ou sem colocar um
sutiã? Quantos homens a viram? Pior: quantos homens a tocaram? De repente ele se
sentiu possessivo em relação a ela. E ele ficava imaginando muitas e muitas
coisas e tentou se esquivar, mas aquilo o deixou atordoado.
E então Enzo se viu invadido por
esses pensamentos enquanto Suzy ainda esperava por uma explicação sensata por
ele ter invadido seu apartamento sem motivo aparente. Ela ficava linda quando
batia o pé contra o chão em sinal visível de irritação. Céus, o que ele estava
pensando? Tinha que ser sensato! Tinha que dar uma explicação razoável a ela!
Não podia simplesmente invadir seu apartamento daquela forma. Ele podia jurar
que naquele momento ela passava a o odiar ainda mais um pouquinho, se fosse
possível. Mas ela mascarava sua alma. Aprendeu isso ao longo dos anos em que
conviveu com tipos variados de homens que só viam nela uma fuga de seus mundos
tão entediantes com suas mulheres certinhas e frígidas. Mas Enzo também era uma
incógnita para ela. Ao mesmo tempo em que ela achava o conhecer ele simplesmente
mostrava que podia ser uma metamorfose ambulante em ponto de ebulição.
Inexplicavelmente ele a atraía. Ela tinha estado com muitos homens desde que se
tornou uma garota de programa, mas, Cristo, nenhum deles a deixavam tão quente
quanto Enzo a deixava apenas de olhar para ela.
Enzo percebeu que também fazia
algum efeito em Suzy. Ele estava certo disso quando parou para observar seus
movimentos e sua reação em relação à presença dele ali em seu apartamento. Ela
quase não se segurava em sua respiração, nem em suas pernas quando ele começou
a se movimentar em direção a ela.
- Espere! – ela falou tocando sua
farda, na direção de seu peito. A farda ajudava no volume, mas Suzy já tinha o
visto sem ela. E ela podia afirmar com todas as letras que, com farda ou não, o
peitoral de Enzo era musculosamente inchado e delineado. Então sua mão
delicadamente escorregou por ele até encontrar seu abdômen. “Eu me perderia em
tantos músculos!”, ela pensou. Depois o encarou apenas para percebê-lo com um
sorriso nada decente em seu rosto. Um tanto provocador, ela diria. Mas suas
covinhas a encantavam. Sem falar no cheiro que ele exalava, que não era apenas
o cheiro daqueles perfumes franceses que seus clientes cismavam em se
encharcarem antes de irem a seu encontro. Não, este homem cheirava diferente! Era
um odor másculo que acendia sua feminilidade do início ao fim apenas dela
transpirar.
Suzy levou a outra mão para
acompanhar a primeira e deixou descansar na barriga de Enzo. Em um segundo elas
a desobedeciam e desciam mais abaixo, atravessando algum aparente limite entre
a pélvis de Enzo e seu abdômen. Enzo levantou uma mão e, calmamente, segurou um
dos pulsos de Suzy. Lentamente ele removeu uma mão, depois a outra, e depois
fixou seu olhar nela. Era arrebatador a forma com que ele conseguia transformar
todos os seus pensamentos em desejos nada sutis. Então ela se irritou e o
encarou como pares, de igual pra igual. Ele não tinha o direito de deixá-la
tão... tão... tão desnorteada, tão fora de si! Mas afinal, que culpa ele tinha
se ele não precisava fazer simplesmente nada para deixá-la assim? Sim, ele
podia fazer algo: apenas sair de sua frente!
- E então?! Estou esperando! –
ela o enfrentou. Ele parecia sutilmente satisfeito por tê-la deixado tão fora
deste mundo por tanto tempo.
- E então o quê? – Enzo perguntou
ironicamente.
- O que quer aqui? – ela soou
mais irritada. Ele realmente a tirava do sério, mas ela não sabia se isso era
exatamente ruim...
- Vim ver se estava tudo bem.
Agora que vi que está “ótima”, posso ir! – ele sorriu debochado.
- Por favor! – ela caminhou até a
porta, apontando a saída. Ele saiu sorrindo, altivo e convencido de que
bastaria um estalar de dedos e ela estaria em seus braços. Ele não sabia o
porque, mas aquela situação o deixava extremamente confortável.
Indubitavelmente, ele reivindicaria isto, porque, Céus, ele a queria, agora
mais do que nunca!
Suzy tentou trabalhar sua impaciência
e seu desejo praticamente súbito por Enzo enquanto esperava a chamada de Luigi
Constantino. Ela olhou no relógio, faltavam apenas alguns minutos para as duas
da tarde; Luigi logo estaria por lá e ela ainda estava completamente acesa por
conta da inesperada visita de Enzo.
- Bem, pelo menos não terei que
fingir estar molhada quando ele chegar. – ela considerou, sorrindo. Foi então
que ela pensou: “Luigi está para chegar e... Enzo está de prontidão lá
embaixo... cara, isso não é legal!”. Ela considerou ligar para Luigi e marcar
em outro lugar, mas não havia mais tempo. Além do mais, ela não era obrigada a
desmarcar seus compromissos porque Enzo a estava vigiando lá embaixo. Aquilo
era seu trabalho, aquele era seu local de trabalho. Ela estava acostumada a
receber seus clientes lá, e se Enzo não estivesse satisfeito com isso, ele que
fosse embora, porque ela não mudaria seu trabalho por ele. Ou mudaria? Os
pensamentos novamente lhe enchiam a cabeça e voltaram a deixá-la confusa quanto
a seus sentimentos por Enzo. Céus, como ele a embaralhava! – A campainha! – ela
saltou para atender quando percebeu tocar.
- Posso? – Luigi apontou para
dentro do apartamento.
- Sim, claro! Entre! – ela abriu
espaço e fechou a porta atrás deles.
- Estava ocupada? – ele
perguntou. Ela não tinha percebido o quanto tempo passou pensando em Enzo até
que Luigi ressaltou sua demora ao atender a porta.
- Nada importante! – ela
disfarçou seus sentimentos dela mesma.
- Certo. – ele pigarreou. – Estou
indo para Angra dos Reis esta semana; na sexta-feira, mas precisamente.
Gostaria de sua companhia por lá! – ele foi inquisitivo.
- Sente-se... – ela apontou para
o sofá. – Acho que tudo bem pra mim!
- Ótimo! Eu não esperava mesmo um
“não” como resposta! – ele piscou. Ela se sentiu um pouco acuada e não gostava
desse sentimento nela; não quando se tratava de um cliente. Ela se aproximou
dele, chegou seu rosto mais perto do dele e, fazendo um leve movimento, deixou
uma das alças de seu vestido cair pelo seu braço.
- Você quer beber alguma coisa? –
ela perguntou respirando pertinho dele, o provocando.
- Ragazza, ragazza! A única coisa
que desejo beber agora é o líquido do seu prazer! – ele murmurou enquanto a
tomava em seus braços.
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