terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Estranha Sedução (Continuação 10)



- Eu sei que gosta! – ele falou amarrando as mãos dela com a corda e depois fazendo com que ela se deitasse no sofá. Ele veio por cima bolinando toda a extensão do corpo de Letícia e esticando os braços dela pra cima. Ele se excitou ao vê-la daquela forma, viu que ela também estava excitada, mas ao perceber isto o ódio que sentia voltou tomando conta dos seus pensamentos mais sufocantes. Soltou um tapa no rosto de Letícia que ficou vermelho na hora, no momento ela não reagiu, parecia se excitar mais ainda, e quanto mais ela se excitava mais ele se irritava, pois percebia que era daquilo que ela gostava e que, sendo assim, poderia perdê-la facilmente para aquele Mestre sádico.
Cada olhar, cada gemido que Letícia soltava o remetia a cena dela transando com Arthur, ficou imaginando o quanto ela deveria ter gostado de estar com outra pessoa e a vontade que dava nele era de acabar com a raça daquele cara que havia encostado em sua amada. Sentia raiva dela também, pois havia feito de tudo para que ela esquecesse aquela paixão que nutria por Arthur e mesmo assim ela traiu a confiança dele. Aqueles pensamentos o atormentavam e desnorteado ele começou a machucar Letícia por querer, por vontade usava toda a força que podia ter contra ela. Soltou outro tapa, desta vez foi com tudo na coxa dela, ela gemeu, estava gostando de ser machucada, mas não era o que ele queria que ela sentisse; ele no fundo queria que ela estivesse odiando aquilo, pois pelo menos ele saberia que ela não havia gostado tanto assim de estar com Arthur. Cauã, irritado, segurou-a pelos cabelos, levantou e fez com que ela levantasse também. Arrastou-a até o centro da sala, onde a jogou sobre o tapete gritando com ela:
- É isso que ele faz com você?
Letícia o encarou assustada com a interrogativa de Cauã; não estava esperando que ele interrompesse aquilo para questionar sobre ela e Arthur. Ela lançou um olhar carente para ele, mas foi respondida com seguidos tapas em seu rosto.
- Pare! Está me machucando! – ela suplicou.


- E eu sei que você está gostando, vadia! – ele respondeu transtornado. Letícia tentava segurar as mãos dele para que parassem de atingi-la, mas era em vão, pois ele era mais forte e também as amarras de suas mãos a impediam. Quando ela percebeu que ele não pararia, ela se encolheu todinha no tapete sem parar de pedir que ele a soltasse. O ódio de Cauã havia o transformado em outra pessoa, nem ele estava se reconhecendo. Segurou novamente Letícia pelos cabelos e a conduziu novamente até o sofá falando: - Ele faz melhor que isto? – e a lançando sobre o sofá, puxou sua calcinha e enfiou seu pau de uma só vez na bucetinha de Letícia que soltou um berro na mesma hora. – Ele também te come assim, sua cadela?! – ele falou levantando a cabeça de Letícia que estava praticamente de quatro no sofá. Ela assustada não respondia a mais nada. Ele a virou para que ficasse de frente para ele e finalmente caiu em si quando, virando também o rosto de Letícia que se recusava a olhar diretamente para ele, viu que ele estava tomado por lágrimas. Os olhos dela já estavam inchados indicando que o choro já durava algum tempo. Cauã sentiu um peso no coração, um arrependimento que invadiu todo o seu ser; de fato não queria ter chegado àquele ponto. Ele mesmo estava chocado com seus atos, rapidamente saiu de cima de Letícia. – Me perdoa amor! – ele falou soltando as amarras das mãos de Letícia. – Eu não fiz por querer... mas eu fiquei imaginando vocês dois e... mas eu prometo que nunca mais faço isto... me perdoa, querida! – Cauã falava beijando Letícia. Ela se levantou e sem falar com ele foi direto para o banheiro, Cauã veio atrás. – O que vai fazer? – ele perguntou.
- Sai de perto de mim! – ela gritou fechando a porta do banheiro. Letícia trancou a porta por dentro e, encostada nela, foi abaixando até deitar no chão. Cauã fez o mesmo do outro lado e, em silêncio, ficou escutando o choro da amada por trás da porta.
- Letícia, abre a porta! – ele falava dando leves batidinhas na porta. Letícia não respondia, apenas chorava. Ele insistiu: - Lê, meu amor, abre a porta! Por favor!
- Você é um idiota! – ela respondeu.
- Eu sei que sou! Você tem toda a razão! – ele falou aliviado por ela ter respondido. – Eu vou concertar isto, meu anjo! Eu prometo!
- Depois de ter feito a merda? Como? – ela perguntou ainda com a voz trêmula.
- Eu não fiz por querer, foi um impulso! Perdoa esta falha minha, vou fazer de tudo pra mudar isto! Perdoa vai! – ele falava tentando acalmá-la. – Abre a porta, amor!
- Não! Vai embora! – ela gritou.
- Depois que conversarmos! Só me ouve e depois, se você quiser, eu vou embora! – ele tentava convencê-la. Letícia ficou em silêncio por alguns minutos, logo depois Cauã percebeu a porta do banheiro se abrindo. Ele se levantou e ficou esperando algum sinal de Letícia. Ela saiu e encostou-se na porta do banheiro.
- O que tem pra falar comigo? – ela perguntou séria.
- Esta é a vida que quer experimentar se encontrando com Arthur? – ele especulou.
- Estes atos foram seus e não dele! – ela respondeu.
- Mas é isto que ele faz!
- Não, não é! É diferente!
- É diferente enquanto vocês estão se conhecendo, depois fica tudo igual! - ele falava tentando convencer Letícia de que Arthur poderia fazer o mesmo que ele acabara de fazer. Cauã na verdade havia agido por impulso, mas agora estava tentando tirar o peso da culpa de cima dele tentando fazê-la pensar que havia feito aquilo para mostrar à ela o que ela poderia vir a viver com Arthur.
- Você não sabe! Não pode afirmar!
- Eu conheço pessoas do tipo dele! Possessivas e mandonas! Ele nunca vai te ouvir ou tentar entender seu jeito, não da mesma forma que eu! – Cauã falou se aproximando de Letícia. Ela se afastou um pouco, mas ele chegou mais perto e a abraçou. Letícia não retribuiu, mas também não rejeitou o abraço, ela precisava de proteção e a única que ela dispunha naquele momento era a de Cauã. – Eu te amo, eu só quero te proteger disto! – ele falou a afagando.
- Eu também te amo! – ela falou cedendo as chantagens dele. Enfim, Cauã havia reconquistado a confiança de Letícia e só havia mais uma coisa a fazer.
- Não quero que se encontre mais com Arthur, tudo bem?!
- Mas Cauã... eu também gosto de estar com ele! – Letícia falou tentando se afastar do abraço de Cauã.
- Confie em mim, minha querida! Tudo o que estou fazendo é para a sua segurança! Eu poderia deixar você ir viver esta fantasia com ele, mas você não sabe até onde isso pode chegar, você não sabe o perigo que corre se envolvendo desta forma! – ele falava tentando colocar medo em Letícia sobre o envolvimento dela com Arthur, impedindo-a de se soltar de seus braços.
- Arthur não é este tipo de pessoa! Ele tem limites! – ela revidava ainda tentando se afastar de Cauã que a mantinha pressionada sobre seus braços fortes.
- Minha princesa, tenta entender! É pro seu bem! Você não está agindo com a cabeça, não está raciocinando! Eu tenho que interferir nisto para que você não se arrependa depois! Fantasias são fantasias, mas temos que estar sempre atentos ao mundo real! E acredite querida, eu sou seu mundo real! Arthur é só um momento daqueles que passam e nunca mais voltam!
- Eu acho que entendo a sua preocupação, mas não posso te garantir que nunca mais verei Arthur! – ela falou se soltando de vez dele tentando fazê-lo entender que quem deveria tomar as decisões sobre a vida dela era ela mesma.
- Tudo bem! Não vou perturbá-la com isto! Mas eu peço que fique atenta, não se deixe levar fácil e que, se for fazer alguma coisa, primeiro me diga que não quer mais estar comigo! Estamos combinados assim? – ele perguntou suplicante.
- Você saberá! Mas vamos tentar esquecer isto, tudo bem? E quando estiver preocupado com algo não tente me mostrar como será antes de acontecer, tudo bem? – ela falava se referindo ao fato ocorrido momentos antes. – O que você fez não tem explicação, eu espero que você saiba disto! E agora vamos dormir porque o dia de hoje já deu o que tinha que dar! – ela finalizou saindo de perto dele.
- Vou ficar assistindo televisão, mais tarde eu vou pro quarto! – ele falou vendo ela se distanciar.
Cauã poderia ter ido embora naquela noite, mas não quis correr o risco de deixá-la sozinha para pensar. Talvez no meio destes pensamentos pudesse vir nela a interrogação de o porquê de permanecer com ele se ela gostava mesmo era de Arthur. Pelo menos era isto que Cauã pressentia.

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