sábado, 23 de abril de 2011

Estranha Sedução (Continuação 22)

- Como quiser! – ela falou ligando o carro. Na volta o mesmo suplício da ida, os dois calados, aquela tensão, até que Arthur falou:
- O que você achou do seu ménage? Como o analisou?
- Meu ménage?
- Isso, sua noite a três!
- Oras, Arthur, eu não analisei nada! Que idéia... não fico analisando essas coisas! – ela respondia prestando atenção no trânsito. Estava calma, parecia ter desistido de ficar falando coisas para se retratar com Arthur. Aceitou sua condição de suposta “traidora”, não quis ficar forçando a barra com ele. Talvez aquilo estivesse deixando Arthur aflito, talvez com medo de perdê-la de vez. Talvez por temer estar certo sobre o que pensava sobre ela. Então ele continuava:
- Porque quis se envolver comigo?
- Porque te achei sexy, a princípio...
- E depois?
- Depois me apaixonei por você! – ela foi direta. Ele sorriu.
- E você sabe o que é se apaixonar? – ele ironizou. Ela sorriu de lado.
- Você por acaso sabe?! – ela respondeu provocando. Ele virou e olhou pela janela.
- Talvez eu saiba... – ele resmungou.
- Aqui estamos! – Letícia falou ao estacionar na frente do pub. Ele saiu do carro, deu a volta até chegar à janela de Letícia. Debruçou, a observou por uns instantes, depois beijou-a no rosto. – Quer que eu desça? – ela perguntou.


- Não, quero que vá para casa! – ele respondeu.
- Tudo bem, então! – ela respondeu sem insistir. – Posso te ligar?
- Deixa que eu te ligo, certo?!
- Certo... um beijo então...
- Outro! – ele falou piscando e se afastando do carro.
Letícia esperou a ligação de Arthur por mais de duas semanas e nada dele ligar. Ela sabia que deveria esperar, afinal, ele andava muito ocupado com os assuntos relacionados aos outros pubs e a mais um que ele estava prestes a inaugurar em uma cidade não muito longe dali. Em breve ela tentaria entrar em contato com ele novamente, enquanto isso ela teria que tocar a vida e também seu projeto que já estava quase finalizado. Mas Arthur não a abandonava por completo, vez ou outra Letícia o via perto do apartamento dela ou nas proximidades de seu trabalho, de certo a vigiando ou matando a saudade de longe; ele, porém, não se aproximava dela, parecia estar dando tempo ao tempo. Certo dia, Letícia, enquanto voltava do trabalho, viu Flávio, amigo de Iago, num carro que estava estacionado perto do seu prédio. Ela ficou curiosa, mas não chegou perto, pensou que talvez ele estivesse lá por qualquer outro motivo que não fosse ela. Neste dia, como ela havia chegado muito cansada, assim que deitou dormiu.
Enquanto isso no pub...
Arthur olhava vagamente para a porta de entrada. O movimento no pub era o mesmo de sempre, ainda assim ele não conseguia ocupar a cabeça com outros pensamentos que não fossem relacionados à Letícia.
- Não sei porque não dá o braço a torcer! – Ágata falou passando por trás dele, entrando no bar.
- Do que está falando? – ele perguntou saltando de seus pensamentos.
- Do que mais eu poderia estar falando, Arthur? Você a persegue dia e noite! Fica na cola dela o tempo todo, e pior, sabe que ela vê você por perto sempre! Porque não para logo com isso e decide o que quer da vida? Vai ficar prendendo a moça?! – Ágata conversava com ele enquanto fazia algumas coisas dentro do bar.
- Alguma pretendente em especial? Ainda estou na fila, você sabe não é Arthur?! – falou Luana, uma das pretendentes de Arthur que o perseguia durante as noitadas do pub.
- Sinto informar que com essa ninguém disputa! – falou Ágata, acalmando os ânimos de Luana.
- Como assim? Logo o nosso Arthur, homem tão determinado! Um sedutor nato! Creio que esteja engana, Ágata! Ele não se deixaria envolver dessa forma com mulher nenhuma! – respondeu Luana.
- Ah, isso é fato! – complementou Nádia, mais uma das “fãs” de Arthur, que também freqüentava o pub só por causa dele.
- Escutem o que estou dizendo, queridas! – Ágata finalizou pegando umas bebidas e saindo do bar. Arthur, na verdade, nem estava prestando atenção na conversa delas. Tinha outras preocupações na cabeça, como por exemplo, pensar em Letícia o tempo todo.
- Arthur não está interessado em submissas rebeldes, não é querido?! – Luana continuava provocando. Ele fingia não ouvir, sabia que ela estava bebendo já fazia algum tempo, de certo já estava alterada. – Hum... deve estar mal mesmo, não está nem prestando atenção em mim... que triste! – brincou ela.
- Eu presto atenção em você! – Nádia falou, atiçando.
- Você não presta! – sorriu Luana
- Deixa eu te mostrar que não!
- Só se alguém acompanhar nós duas! – Luana replicou olhando para Arthur.
- Divirtam-se! – ele respondeu saindo do bar e ignorando a proposta das duas.
- Vamos com ele! – Nádia falou baixinho para Luana que a acompanhou no ato.
- Sabe Arthur, não se deixa duas damas falando sozinha! – Luana falou enquanto o acompanhava pelo pub.
- E o que dizer de duas cadelinhas abusadas? – Arthur respondeu não sendo tão ignorante assim.
- Bem, as cadelinhas abusadas ficam a seu critério! – respondeu Nádia rodeando Arthur pelo outro lado.
- Vocês são insistentes, hein?! – Arthur resmungou ainda sério.
- Insistentes não, persistentes! – Luana respondeu se colocando na frente de Arthur que estava próximo a uma parede que ficava no centro do pub e tinha a função de separar ambientes. Arthur se excitou com duas possibilidades: a primeira era a de dominar Luana e Nádia juntas, a segunda era a de uma possível vingança contra Letícia. Mas estes pensamentos duraram apenas alguns segundos, depois ele caiu em si e refletiu: - Vingança?! Onde estou com a cabeça?! Isso nunca valeu à pena! – Depois voltou-se para elas e disse:
- A casa está cheia hoje, tenho certeza de que encontrarão um Dominador interessado! – ele falou saindo de canto. Mas elas continuavam atrás. Arthur em um momento sentou-se para conversar com um Dom amigo dele. Esse amigo questionou a razão pelo jeito tenso de Arthur, mas ele não chegou a falar sobre Letícia, e nem precisava, a maioria ali já sabia que o motivo era ela. Ágata veio trazer uns drinques para eles, Luana mais que depressa pegou um e o entregou a Arthur e ele em pouco tempo estava prestes a sucumbir às provocações dela e de Nádia.
Depois de alguns drinques, Arthur já não se incomodava mais com os beijinhos e mordidinhas que Luana dava nele. Mas apesar de estar morrendo de tesão com aquelas investidas, o pensamento dele era só Letícia. Imaginava a todo o momento que ela fosse entrar por aquela porta e implorar pelo perdão dele, doce ilusão, ele refletia. Luana sabia em quem ele estava pensando, mas não se importava, queria mais era aproveitar esse momento de fraqueza. Em algum momento enquanto durava a troca de carícias entre Luana e Arthur, Ágata passou por ele, puxou-o pela camisa e disse no ouvido dele:
- Vai cometer o mesmo erro de Letícia? Só para dar o troco? Tem certeza que quer fazer isso? – Ela dizia, então ele virou-se para ela e respondeu meio chateado e um pouco alterado:
- Eu não cometo erros! E se eu fizer algo aqui farei porque sou homem e estou com vontade! Só por isso! – ele finalizou piscando para Ágata que saiu dali sem dizer mais nada para ele, mas fez questão de passar perto de Luana e alfinetar:
- Você pode ter uma noite ótima com ele, mas quando amanhecer quem estará nos pensamentos dele ainda será Letícia! – ela falou saindo dali. Luana sorriu despreocupada. Não havia ligado nem um pouco para o que Ágata acabara de falar para ela, estava ali mesmo era para se divertir e a diversão seria mais completa se Arthur participasse.
Enquanto isso no apartamento de Letícia:
Letícia se virava de um lado para o outro na cama. Havia dormido um pouco, mas teve um sonho estranho e acabou acordando. Ao cair em si, a primeira imagem que veio a sua cabeça foi a de Arthur amarrado naquela cadeira no dia em que Cauã invadiu o chalé em que esteve escondida. Aquela imagem não saia de sua cabeça. “Dizem que os sonhos têm significados!” – ela pensou. Letícia ficou por um bom tempo tentando entender que significado aquele sonho teria para ela, depois levantou-se, trocou de roupa e sussurrou:
- Eu não vou ficar aqui tentando descobrir o que significa! - Dizendo isso, Letícia pegou a bolsa e saiu do apartamento.
No pub as coisas começavam a ficar quentes entre Luana e Arthur. Nádia até tentava entrar no meio, mas Luana parecia estar afim de uma brincadeira mais reservada, para ser mais exata, uma brincadeira entre ela e Arthur. Entre uma conversa e outra, Luana ia se acomodando e em pouco tempo já estava sentada no colo de Arthur. Ele começava a dominá-la, de forma sutil, quando ela ousava ultrapassar alguma barreira imposta por ele (quando ia deslizando a mão por cima da calça dele até chegar ao membro já latejante de Arthur), ele a impedia segurando firme seu pulso e dando uma puxadinha leve e básica no cabelo dela. Mas Arthur tinha consciência de que, ao invés de fazê-la parar, ele a incitava cada vez mais.
- Me leva vai?! – Luana sussurrou no ouvido de Arthur se referindo a sala particular dele, local para onde ele nunca mais havia levado ninguém depois de ter ficado com Letícia. Arhur sorriu e, puxando-a pelo cabelo, ele sussurrou no ouvido dela:
- Vagabunda! Sua intenção é me seduzir ou disputar espaço com Letícia?
- E se for os dois? – ela perguntou fazendo cara de safada. Ele não respondeu, apenas abaixou a cabeça por alguns segundos, de forma pensativa, depois levantou-se e pegou Luana pelo braço puxando-a até o corredor onde ficavam as portas que davam acesso às salas/dungeons. Quando chegou na entrada ele a jogou no chão e disse:
- Se eu quiser nem preciso te levar para sala nenhuma! Te como aqui mesmo! Só para você ficar ciente disso! – ele falava.
Enquanto Arthur dominava Luana, Letícia adentrava o pub. Ela foi direto para o bar. No caminho passou por Nádia que a encarou friamente, Letícia, porém, manteve-se indiferente. Ágata logo a viu, Letícia fez sinal para ela que se aproximou da bancada para ouvir o que Letícia queria (como se ela já não soubesse).
- Arthur não está por aqui hoje? – Letícia perguntou.
- Está sim, querida! – Ágata respondeu pensando: “está e está fazendo uma burrada daquelas”, mas apenas pensou em voz baixa, porém Letícia percebeu a feição de preocupação que Ágata esboçou. – Me espere aqui que vou chamá-lo, tudo bem?! – Ágata falou saindo, sem dar tempo de Letícia responder. Não estava sendo grossa com Letícia, mas estava tentando agir rápido para que ela não visse a “merda” que Arthur estava prestes a fazer. Letícia, como não era boba, foi seguindo Ágata, que não a percebeu vindo junto. Quando chegaram perto de onde Arthur estava, elas viram Arthur prensando Luana na parede, tocando todo o seu corpo e a beijando ferozmente. Ágata logo falou se aproximando dele e o puxando pelo braço: - Arthur, não faça isso! Letícia está aqui! Se ela vê isso nunca mais vai falar com você!
- Tarde demais! – Arthur falou sorrindo despreocupado, apontando para Letícia que estava logo atrás de Ágata.



Ágata, quando viu Letícia ali pertinho, ficou mais preocupada que Arthur; tentou buscar alguma explicação, mas se via perdida em meio ao olhar triste que Letícia lançava para todos ali. Ela se virou para Arthur e falou:
- Está vendo o que você fez?!
- Querida, de agora em diante deixe que eu mesmo resolva meus problemas, tudo bem?! – ele falava ainda sorrindo, como se estivesse zombando da situação. Ágata saiu, acatando as decisões de Arthur. Letícia também virava as costas para sair, sentia-se detonada por dentro, estava realmente muito triste. Mas antes que ela pudesse ir embora Arthur falou segurando-a pelos braços: - Você não! Você fica! - Letícia, meio constrangida, não saiu do lugar em que estava. Luana por sua vez foi bater de frente com Arthur e questionar aquela atitude, ele então falou para ela: - Se você quiser, pode ir embora!
- Quer saber?! Vou ficar! – ela respondeu encarando Letícia.
Letícia, ao perceber a audácia de Luana, segurou Arthur pelos ombros e saiu arrastando ele para longe de Luana. Quando estavam praticamente a sós, longe da curiosidade de Luana, Letícia deu um tapa no rosto de Arthur e se preparou para dar outro, mas ele segurou seu pulso no mesmo momento em que lhe proferia um tapa com a mão que estava livre:
- Quem você ta pensando que é? Está achando que aqui tem território marcado? – ele falou afastando-a.
- Não faz isso! Não me afasta de você mais uma vez! Por favor!
- Nunca mais levante a mão para mim!
- E você pode levantar a mão para mim?!
-Você gosta, eu não!
- Eu gosto? Arthur... eu faço isso por causa de você... – ela falava decepcionada.
- Por minha causa? Tem certeza? Não é o que parece quando estou te dominando! Você parece gostar e muito!
- Gosto porque você me ensinou a gostar! Esse era o seu mundo! E eu me esforcei para fazer parte dele! Tudo por você!
- Escuta aqui, garota: EU não sou bobo nem idiota! Já avisei que seus joguinhos de conquista não funcionam comigo! Você fica aqui falando um monte de coisas pra mim e basta sair por aquela porta que pega o primeiro babaca que aparece na sua frente te propondo um sexo gostoso e diferente!
- Arthur, você não pode falar assim comigo!
- Eu nem deveria estar falando com você! Aliás, aqui nem é um local apropriado para conversarmos! As pessoas já estão começando a observar, estamos sendo indiscretos!
- Então vamos conversar em outro lugar!
- Hoje não, Letícia! Vá para sua casa, depois eu te ligo!
- Não! Não vou sair daqui e te deixar sozinho com essa... essa... essa maluca que pensa que pode tomar o meu lugar!
- Está com ciúmes agora?!
- Isso não deve ser surpresa pra você!
- Não mesmo! Até porque é muito difícil confiar nos outros quando não confiamos em nós mesmos! Não é querida?! – ele falou sendo sarcástico. – Vá embora Letícia! Preciso cuidar do Pub!
- Do pub ou dessa vadia? – ela provoucou.
- Vá embora Letícia!
- Não vou e pronto! Fico aqui, quietinha! Você nem vai notar a minha presença! – ela falou encostando-se à parede. Arthur, irritado, segurou em um dos braços dela e a arrastou para dentro da sala que só ele usava. – Isso tudo é medo do que os outros vão pensar se ficarem nos vendo brigar? Ah, sua amiguinha... acho que ela vai embora... fez uma “cara” quando você me trouxe pra cá! – Letícia continuava provocando.


- Não interessa! Esquece a Luana!
- Luana?! Hum... nome interessante...
- Está passando dos limites! – Arthur falou batendo forte com as duas mãos numa mesa que ficava no canto da sala. Letícia se assustou. Percebeu que ele estava muito irritado, então decidiu tomar uma atitude inusitada.
- Vem... desconta sua raiva em mim! Estou aqui toda pra você... faz o que quiser comigo...
- Ficou maluca?! – Arthur falou virando-se para olhar Letícia.
- Não! Não fiquei! Não é disso que você gosta! Não é assim que você relaxa?
- Letícia, eu nunca vou encostar em você quando eu estiver com raiva! Nunca foi essa a finalidade de uma dominação!
- Será que não?!
- Letícia, pense bem no que está falando! É o seguinte, vou te deixar sozinha, quem sabe assim você para um pouco e reflete sobre o papelão que está fazendo hoje! – ele falou caminhando em direção a porta, mas antes que ele pudesse abri-la Letícia falou:

- Espere! Desculpa... não deveria ter dito essas coisas... sinto muito... - ela dizia. Arthur parou para ouvi-la, nem chegou mais perto da porta; na verdade, parecia até que ele estava esperando por isso. Uma retratação de Letícia poderia mudar muito as coisas. – Eu sei que você é diferente! – ela continuava. – Mas eu também mudei bastante por sua causa! Fiz coisas que jamais faria, deixei de fazer algumas coisas. Tudo para ficarmos bem. O que fiz naquela noite não significou nada para mim! E eu só fiz porque não tinha certeza de nada e também estava muito chateada com você. – Letícia falava, já se aproximando de Arthur. – Quando você sugeriu que ficássemos cada um na sua enquanto minha vida voltava ao normal, eu juro, naquele momento a única coisa que eu queria ouvir era que você estava brincando! Que não era nada daquilo! Que poderíamos ficar juntos naquele exato momento! Mas não foi o que você fez... você preferiu se afastar...
- Eu achei que seria melhor assim pra você... – ele falou já se excitando com a aproximação de Letícia que agora estava colada rosto a rosto com ele.
- Sabe o que é melhor pra mim? É você! – ela falou segurando com as duas mãos o rosto de Arthur e beijando-o. Arthur segurou-a pela cintura e correspondeu ao beijo. Depois ele a afastou, ela olhou sem compreender, então ele começou a falar:
- Tudo bem, Letícia! Eu sei que parte disso foi culpa minha! Mas agora quero fazer diferente! Letícia... você quer namorar comigo? – ele perguntou, mas quando Letícia foi dar a resposta ele colocou o dedo na boca dela, impedindo-a de falar. – Mas antes quero que saiba de uma coisa: eu tenho uma alma dominadora! Isso significa que, aceitando ser minha namorada, você vai estar aceitando também viver comigo uma relação 24/7! Agora sim... pode responder! – ele falou tirando o dedo da boca dela.
- Eu quero sim! Quero muito! E sei que viver uma relação 24/7 para uma quase iniciante não vai ser fácil, mas eu quero provar que posso! – ela falou. Arthur sorriu pela resposta imediata que ela deu. Ele a abraçou beijando-a por um certo tempo. Depois ele falou:
- Você não sabe como isso me deixa feliz! Mas agora eu quero saber se vai conseguir sustentar o que acabou de concordar! – Arthur falou se afastando de Letícia. Depois ele a mandou tirar a roupa, ela obedeceu.
Arthur se aproximou de Letícia portando duas agulhas em suas mãos; ela, quando percebeu as agulhas, logo se assustou. Queria perguntar para que as agulhas serviam, mas não teve coragem de interrompê-lo pois sabia que aquilo poderia ter conseqüência. Ele, se aproximando mais dela, mandou que ela se deitasse numa cama que havia na sala; ela obedeceu. Calmamente, ele colocou as duas agulhas (que tinham um tamanho mediano) em um pires de alumínio (contendo álcool na superfície) que estava sob uma mesinha de cabeceira ao lado da cama onde ela estava deitada. Ela ainda não havia adivinhado o que ele estava planejando ao certo, mas já temia saber. Pelo cuidado que Arthur estava tomando com as agulhas, de certo que elas não estavam ali como enfeite. Se contorcendo um pouco, ela tentava observar os passos de Arthur; ele, percebendo a curiosidade de Letícia, ordenou que ela fechasse os olhos e, novamente, ela obedeceu. Letícia percebeu quando ele se aproximou dela colocando a cadeira em que estava sentado mais próxima da cama.
- Abra os olhos! – ele ordenou – Você deve estar se perguntando o que estas agulhas estão fazendo aqui, não é mesmo?!
- Sim, Senhor! – ela já havia aprendido algumas regras.
- Vou explicar! – ele falou, pegando uma das agulhas. – Conheço seus limites como iniciante, e sei que sabe que respeito todos eles, não sabe?!
- Sim, Senhor!
- Pois bem. Creio que sabes também que o meu dever como seu Mestre e Senhor é fazer com que você ultrapasse cada um de seus medos, de seus anseios e, principalmente, cada um de seus limites! – ele falava enquanto passeava com a agulha pelo corpo desnudo de Letícia. Deslizava e parava a agulha em um ponto estratégico como os bicos dos seios, os lábios de sua xaninha, entre outros. Cada passada deixava Letícia sentindo um imenso frio na barriga, ela não sabia exatamente aonde ele podia parar, nem quando pararia. Letícia só esperava; tensa e ansiosa, ela tentava descobrir qual o próximo passo de Arthur que desta vez estava passando a agulha com mais intensidade pelo corpo dela. – Você sabe que pode me parar quando quiser, não sabe?!
- Sim, Senhor!
- E então... não vai pedir para que eu pare agora??? – ele falava, apertando cada vez mais. Cada pressão que ele fazia com a agulha contra o corpo de Letícia fazia brotar algumas gotículas de sangue, mas ainda eram apenas arranhões, não doíam tanto assim; pelo menos era o que o rosto sereno de Letícia denunciava. Arthur resolveu, então, tentar se aprofundar mais naquele exercício, sempre perguntando a Letícia se deveria parar. – Está com uma ótima resistência, minha querida! – ele falou sorrindo ironicamente. – Ou será que eu é que estou sendo bonzinho demais?! – ele falava enquanto passava uma de suas mãos sobre os arranhões que ficaram no corpo de Letícia. – Sabe, isto aqui costuma doer depois, durante um banho, quem sabe?! – ele começava a beijar cada parte do corpo dela. – Mas sabe meu anjo, a minha intenção não é provocar a dor em você a longo prazo, eu quero ver sua face se modificar a cada investida de minhas agulhas em seu corpo; eu quero ouvir seus urgidos, talvez de dor, talvez de prazer, ou de ambos os sentimentos de uma só vez. Será que eu consigo? – ele perguntou, mas não esperou a resposta e, segurando pelo bico do seio de Letícia, ele enfiou a agulha que passou atravessando todo o mamilo de Letícia; ela, por sua vez, soltou um berro que ecoou todo o local. A tez rubra de Letícia que demonstrava toda a dor que agora estava sentindo, deu a Arthur também um ar diferente em seu rosto; estava estonteantemente satisfeito com seu progresso, enfim algum sinal vindo de sua amada. – E agora, quer que eu pare? – ele perguntou, meio preocupado com Letícia; mas ele percebeu que a vontade que ela tinha em satisfazê-lo por completo era muito maior do que a dor que agora estava sentindo.
Arthur, então, limpou cuidadosamente cada pedaço do corpo de Letícia que havia sido atingido pela agulha. Depois ele parou na frente dela, que ainda estava deitada, e ajoelhou-se por cima dela. Abaixando até o ouvido de Letícia ele perguntou:
- Está doendo?
- Sinceramente, não sinto nada a não ser um desejo imenso e uma vontade louca de ficar com você!
- Isso não é nada perto da necessidade que tenho de possuí-la agora mesmo! – Arthur respondeu beijando-a intensamente. Letícia correspondeu afastando as pernas, deixando que Arthur se encaixasse por entre elas. Ele abriu o zíper da calça, afastou a cueca box e tirou o pau duríssimo para fora. Letícia fez carinha de quem queria chupá-lo, mas o desejo de possuí-la era tanto que ele não resistiu e enfiou de uma só vez o pau naquela bucetinha molhadinha. Ambos começaram num vai e vem delicioso, os corpos pegavam fogo ao se encostarem. Arthur estocava sem delicadeza alguma, Letícia se deliciava com as investidas dele em sua xaninha. O pau dele já ficava quente e vermelho na mesma proporção em que a bucetinha dela ficava vermelhinha e cada vez mais sensível ainda. Eles se abraçavam, se apertavam, se possuíam até perderem completamente os sentidos de tão extasiados que estavam. Gozaram juntos, com a mesma intensidade.
- Eu te amo! – ela falou.
- Eu também te amo! – ele respondeu.
- Não!? O quê??? Repete! Eu não acredito que ouvi você falando isso!!! – ela brincou.
- Mas é verdade... eu te amo! – ele falou dando vários beijos em Letícia, um atrás do outro.
Depois de um tempo ela se arrumou para ir embora. Antes de ir Arthur a segurou nos braços e repetiu tudo o que havia dito antes como forma de firmar o que haviam acertado. De agora em diante Letícia pertencia a Arthur e ele a alertou que não a perdoaria por uma segunda vez. Ela concordou com aquilo e afirmou que a recíproca era verdadeira.
Depois daquela noite os dois passaram a se ver praticamente todos os dias. Faziam muitos programas juntos. No pub todos já sabiam sobre eles. As mulheres que antes iam só para ver Arthur passaram a não freqüentar mais o pub, apesar deste permanecer sempre com sua popularidade em alta. O projeto de Letícia enfim estava finalizado, ela recebeu muitos prêmios por ele, e já estava pensando no próximo. Apesar de ser uma mulher independente na vida, ela obedecia os conceitos e regras da vida dentro do bdsm. A sincronia com Arthur era mais que perfeita e ele estava ensinando muitas coisas sobre esse meio para ela. Mesmo com toda essa harmonia, Arthur nunca havia dormido na casa de Letícia. Ela não questionava, talvez ele não julgasse que aquele fosse o momento certo. Talvez.
Certa noite, depois de um dia cansativo de trabalho, Letícia chegou em casa completamente exausta. Tomou um banho e ficou deitada no sofá assistindo televisão. Ela não esperava por ninguém naquela noite; inclusive já havia conversado com Arthur mais cedo, mas de repente a campainha tocou. Era ele.
- Expert em visitas repentinas, não?! – Letícia perguntou mais maravilhada do que tudo. Do outro da porta estava Arthur, com aquele sorriso hiper sedutor, segurando flores de um lado e do outro uma caixa de bombom e uma sacola da vídeolocadora que havia ali perto. Ela sorria surpresa.
- Estamos namorando agora, não estamos?! Nada mais natural do que eu querer passar uma noite inteira com você! Vim dormir aqui e trouxe esses filmes para assistirmos! Só não garanto que conseguiremos assistir a todos... aliás, nem sei se conseguiremos chegar ao final do primeiro! – ele falou entregando as flores e entrando pelo apartamento, deixando Letícia flutuando, ainda na porta, ao aroma das rosas que exalavam paixão. Quando Letícia se virou ele já estava arrumando a televisão para colocar os filmes. Ela fechou a porta, entendendo que desta vez ela estava com a pessoa certa.
FIMMM
�"e j l �� @ aquele fosse o momento certo. Talvez.
Certa noite, depois de um dia cansativo de trabalho, Letícia chegou em casa completamente exausta. Tomou um banho e ficou deitada no sofá assistindo televisão. Ela não esperava por ninguém naquela noite; inclusive já havia conversado com Arthur mais cedo, mas de repente a campainha tocou. Era ele.
- Expert em visitas repentinas, não?! – Letícia perguntou mais maravilhada do que tudo. Do outro da porta estava Arthur, com aquele sorriso hiper sedutor, segurando flores de um lado e do outro uma caixa de bombom e uma sacola da vídeolocadora que havia ali perto. Ela sorria surpresa.
- Estamos namorando agora, não estamos?! Nada mais natural do que eu querer passar uma noite inteira com você! Vim dormir aqui e trouxe esses filmes para assistirmos! Só não garanto que conseguiremos assistir a todos... aliás, nem sei se conseguiremos chegar ao final do primeiro! – ele falou entregando as flores e entrando pelo apartamento, deixando Letícia flutuando, ainda na porta, ao aroma das rosas que exalavam paixão. Quando Letícia se virou ele já estava arrumando a televisão para colocar os filmes. Ela fechou a porta, entendendo que desta vez ela estava com a pessoa certa.
FIMMM

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