sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Uma Música Brutal - Sexto Capítulo - Parte 1


Dérick desatou o nó que havia feito no top, depois retirou a bandana que me vendava e entregou em minhas mãos dizendo que era minha agora. Eu ainda tentava me recompor enquanto ele já vestia a última peça de suas roupas. Vesti o top e, quando procurava a calcinha avistei apenas os pedaços dela no canto da cama. Havia me esquecido, ele a rasgou por inteiro. Peguei para analisar o estrago, depois verifiquei em minha pele, ainda estava avermelhada. Ele sorriu, eu correspondi ainda envergonhada. Então Dérick disse:

- Não se preocupe com a calcinha, vou te dar outra!

- Imagina! Não precisa! – eu falei ajeitando o cabelo e levantando para pegar outra calcinha em meu armário. Dérick parou próximo a janela, verificando o movimento lá em baixo. Eu, ainda corada, peguei outra das minhas minúsculas calcinhas e a vesti. Nunca imaginei que usar uma dessas calcinhas na frente de alguém me causaria tanta timidez, mas foi exatamente o que aconteceu quando percebi o olhar devorador de Dérick em direção ao meu quadril. Talvez fosse normal pelo fato de estarmos nos conhecendo agora. Mesmo assim eu me encolhi toda tentando esconder algo que já não dava mais. Dérick sorriu, se aproximou por trás e me abraçou furtivamente:


- Você é tão tímida! – ele falou percorrendo meu corpo com suas mãos. – Acho sexy! Mas não há mais nada em você que eu não tenha visto, tocado e... – ele finalizou sussurando no meu ouvido. - ... achado delicioso! - Eu enchi meu pulmão de ar, dei um suspiro revigorado. Que gostoso ouvir aquilo de Dérick, eu não podia desejar mais nada naquela noite! – Carlos está lá em baixo, no quisque da praça, quer descer um pouco?!

- Desculpa Dérick, mas encontrar Carlos agora está fora de cogitação! Ele adora fazer gracinha, tenho certeza que vai aprontar alguma com a gente! Vou acabar ficando sem graça! Mas vai lá, ele vai gostar de companhia! Eu ainda tenho algumas coisas para arrumar aqui, então, se não se importar, eu prefiro ficar!

- Na verdade eu queria a SUA companhia!

- Sabe o que é... é que... – eu falei tentando contornar, mas acabei me embolando nas palavras. Dérick então colocou os dedos em meus lábios a fim de travar minha fala.

- Não precisa explicar, eu entendo meu anjo! Você precisa de tempo agora! Precisa pensar no que houve aqui entre nós, estou certo? – ele perguntou, eu balancei a cabeça de forma afirmativa. – Pois bem, pense! Pense cuidadosamente, leve o tempo que necessitar! E, caso queira me ver novamente, me procure! Eu estarei esperando você! Mas a quero sem ponderações nem dúvidas, para que possamos desfrutar disto com mais liberdade, meu bem! – ele concluiu me dando um beijo de tirar os pés do chão como em contos de fadas. Mas como contos de fadas não existem na vida real, Dérick foi embora deixando-me sozinha e pensativa, abandonada pelas lembranças que ele marcou em meu quarto.

Carlos subiu logo em seguida, para verificar como estavam as coisas. Ao entrar me encontrou em meu quarto (quarto que agora ele tomava como meu, e eu também não fazia diferente), eu estava deitada, abraçada ao travesseiro, tentando resgatar em minha mente todas as lembranças daquela noite maravilhosa, enquanto sentia o suave perfume que Dérick deixou em minha cama, em meus lençóis e em meu corpo.

- Pra você vê o que é o mundo! Algumas horas com Dérick e você já o ama! Uma noite inteira comigo, e elas me odeiam para o resto da vida! – Carlos falou não perdendo a piada.

- Eu listaria os motivos que as fazem te abandonar cheias de ódio! O primeiro é que você é um cara de pau, quer ficar com várias e ainda quer que todas sejam amigas, ninguém merece neh! Quer que eu fale o resto?!

- Não, vou deixar você sonhar mais um pouco com ele! – Carlos falou em meio a risadas, fechando a porta do quarto e escapando do travesseiro que eu joguei na tentativa de acertá-lo.

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